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Com a colheita de trigo na reta final, as vendas não decolam no Paraná. Pelo contrário, estão mais fracas do que no ano passado, apesar da redução de 30% na safra, provocada por recuo no plantio e na produtividade. Dados da Secretaria da Agricultura (Seab) revelam que somente 624 mil toneladas do cereal foram vendidas até o momento, contra 782 mil toneladas negociadas nesta mesma época de 2010. Perto de 2 milhões de toneladas estão em estoque no estado, apesar de o país importar metade das 10 milhões (t) que consome.

Os números refletem o descontentamento do setor com os preços do grão. Líder nacional no cultivo, o Paraná está retirando das lavouras cerca de 1 milhão de toneladas a menos nesta safra. O produto se tornou mais escasso e a qualidade é considerada boa.

Os preços do trigo são praticamente os mesmos que os registrados em novembro de 2010: R$ 24,84 por saca de 60 quilos. O valor está abaixo do preço mínimo para o produto (índice oficial baseado nos cultos), que no caso do trigo tipo pão é de R$ 28,60 por saca.

As estimativas oficiais dão conta de que a produção paranaense vai atingir 2,4 milhões de toneladas neste ano, contra 3,4 milhões alcançadas em 2010. Do volume total esperado, 26% foram negociados até o momento, aponta a Seab. "Em porcentual vendido estamos em linha com o ano passado, mas a quantidade neste ano é menor", aponta Flávio Turra, gerente técnico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar).

Nos últimos 15 dias, o comércio de trigo ficou parado em todo o estado, por causa da expectativa em torno dos leilões de compra ou escoamento realizados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os subsídios, porém, não empolgaram o mercado. Apenas 40% do volume que poderia ser vendido foram arrematados.

Principal mecanismo de apoio à comercialização de grãos do governo nos últimos anos, os leilões de Prêmio por Escoamento de Produto (PEP) oferecem aos compradores (indústrias e ou moinhos) um valor adicional, variável conforme a demanda, pela aquisição do trigo. Em contrapartida, o arrematante do PEP se compromete a pagar ao agricultor o valor mínimo estipulado pelo governo. A esperança do setor é que novos leilões sejam lançados nas próximas semanas.

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