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Os produtores paranaenses de trigo estão otimistas quanto à valorização do produto nas próximas semanas. O motivo é a confirmação de que quase 60% da produção de 1,7 milhão de toneladas do Rio Grande do Sul são de má qualidade por conta de um fungo. A expectativa é de que a cotação da saca de 60 quilos do cereal ultrapasse os atuais R$ 30, média do valor negociado no Paraná.

“A procura geral por trigo de boa qualidade vai aumentar e deve pressionar os preços. Quem tiver esse produto na mão tem chance de conseguir boas negociações”, frisa o agrônomo Carlos Hugo Godinho, do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento.

Com a colheita de trigo encerrada, o Paraná produziu 3,72 milhões de toneladas, menos que as 4,1 milhões esperadas, mas superior ao antigo recorde de 2010, quando foram retiradas 3,31 milhões de toneladas das lavouras. Ainda segundo Godinho, 70% da produção estadual são de boa qualidade.

 

“A maior parte da produção está acima do PH 78 [Peso Hectolitro para tipo 1], sendo que tem gente com produto de PH 82, podendo chegar a PH 86”, ressalta o agrônomo.

Problemas no RS

A maior parte da safra do Rio Grande do Sul foi afetada por um fungo que se beneficia do excesso de umidade. Desde 2011, o Brasil tem normas que estabelecem limites para a presença nos alimentos de micotoxinas, substâncias produzidas por fungos. Se esse limite é ultrapassado, o trigo não é indicado nem ao consumo de animais.

Sem mercado no Brasil, o cereal gaúcho está sendo vendido a preços mais baixo para países da África e da Ásia, onde as exigências sanitárias são menores. Uma saca de 60 quilos, que teria um preço de cerca de R$ 30, foi vendida a R$ 17. Segundo estimativa da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul, 1 milhão de toneladas da produção de 1,7 milhão do estado neste ano foi afetada, sendo que 700 mil já foram negociadas.

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