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Produtores enfrentam baixa remuneração pelo trigo no campo. | Giuliano Gomes / Gazeta Do Povo
Produtores enfrentam baixa remuneração pelo trigo no campo.| Foto: Giuliano Gomes / Gazeta Do Povo
Desvalorização no campo não impacta o varejo. Pão francês está 2% mais caro do que em 2014.

Principal matéria-prima utilizada na fabricação do pão francês, o trigo acumula desvalorização de 26% no campo em 12 meses. Neste mesmo período as padarias registraram alta de 2% no valor do alimento. Dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apontam que, em Curitiba, o quilo do pão terminou o mês de março com preço médio de R$8,10 no varejo.

A explicação para a diferença é a baixa influência do grão colhido no campo nos custos do produto vendido no varejo. Os dados foram apresentados nesta quarta-feira (08) em um relatório divulgado pelo Departamento de Economia Rural da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). Conforme o técnico da entidade Hugo Godinho, o problema está no aumento de outros custos embutidos na produção do pão. “Se dependesse apenas do trigo paranaense e os outros custos tivessem se mantido, o pão poderia estar R$0,19 mais barato”, aponta.

Os fatores que mais pesaram na alta foram os gastos com energia e mão de obra. O estudo pondera que o salário mínimo teve reajuste de 9%, “o que deve ser o principal fator a influenciar o preço final do pão”, salienta Godinho.

Desvalorização no campo não impacta o varejo. Pão francês está 2% mais caro do que em 2014.

Safra cheia, preço baixoEnquanto o Brasil importa 60% do trigo utilizado pela indústria, no Paraná essa proporção não chega a 15%. Na última safra o estado retomou a liderança na produção nacional do grão, com 3,7 milhões de toneladas colhidas. A indústria paranaense também é líder no processamento, sendo a principal produtora de farinha do país.

Mesmo com condições favoráveis a demanda, a baixa remuneração desperta preocupação no campo. Em algumas regiões do estado a saca de 60 quilos é negociada abaixo de R$ 30, ficando inferior ao preço mínimo estipulado pelo governo (R$ 33,45/sc). No ano passado o governo federal precisou intervir no mercado por meio da realização de leilões de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro), para viabilizar a comercialização.

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