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Joel Krüger, eleito para o segundo mandato à frente do Conselho Regional de Engenharias e Agronomia do Paraná (Crea-PR), até o final de 2017. |
Joel Krüger, eleito para o segundo mandato à frente do Conselho Regional de Engenharias e Agronomia do Paraná (Crea-PR), até o final de 2017.| Foto:

Se o agronegócio paranaense e brasileiro contabiliza expressivo crescimento nas últimas décadas, isso está diretamente ligado à atuação dos profissionais da área de agronomia (agrônomos e técnicos agrícolas). A opinião é de Joel Krüger, eleito para o segundo mandato à frente do Conselho Regional de Engenharias e Agronomia do Paraná (Crea-PR), até o final de 2017. Apesar de ser formado em engenharia civil, Krüger fala com propriedade da importância dos agrônomos para as economias estadual e nacional e o controle no uso de agrotóxicos, por exemplo.

Como presidente do conselho, ele “comanda” um batalhão de 15,4 mil agrônomos e 5,3 mil técnicos agrícolas espalhados pelo estado, número que tem crescido nos últimos anos. A considerar uma área de 7 milhões de hectares cultivada no Paraná, se todos os registrados no Crea estivessem no campo, haveria um agrônomo para cada 450 hectares ou um profissional, incluindo os técnicos, para cada 340 hectares. Os agrônomos e técnicos representam quase 30% dos 70 mil que têm registro no conselho. Confira na entrevista outros pontos sobre o trabalho dos agrônomos e os projetos para a gestão do próximo triênio.

Como está inserido o agrônomo no agronegócio brasileiro?O aumento das taxas de produtividade no Brasil, em particular no Paraná, é altíssimo. Esse avanço gigantesco que tivemos nas últimas duas décadas está relacionado diretamente com a capacidade dos nossos engenheiros agrônomos, profissionais que atuam nesta inovação em termos de tecnologia no campo.

A necessidade de técnicos orientando da compra de insumos à colheita vem crescendo?A participação do agrônomo é fundamental por conta do receituário agronômico. Quando você tem um profissional capacitado atuando evita o uso inadequado de determinados produtos. Dentro desta linha, o Crea, por meio da sua Câmara de Agronomia, tem um grupo de trabalho chamado GT Agrotóxico que discute essa questão do receituário e da aplicação adequada, tanto do produto como da quantidade. Hoje temos uma relação satisfatória do setor comercial com o engenheiro agrônomo, quando o tema é defensivos agrícolas.

Em época de ferrugem, Helicoverpa e falsa-medideira, o controle sanitário mostra-se eficiente. O que tem sido decisivo?Coloco como um conjunto de ações dos profissionais da agronomia, tanto o que está na fazenda como os dos órgãos de apoio. Essa ação coletiva tem demostrado bons resultado. O foco central é a participação do engenheiro agrônomo no dia a dia da produção. Isso gera qualidade no serviço.

No Paraná, programas como o Plante seu Futuro mostram que há uso desnecessário de insumos. O monitoramento preventivo seria mais eficiente?O uso de defensivos agrícolas em países tropicais como o Brasil tem tendência a ser maior em relação a outros locais por conta do clima. No caso específico do Paraná, os nossos profissionais têm procurado atuar sempre para minimizar o uso inadequado, utilizando a quantidade correta e o produto correto, protegendo os cursos d’água, as áreas de proteção ambiental e observando a destinação final das embalagens. Onde temos um engenheiro agrônomo, o uso tem sido adequado.

A formação dos agrônomos tem acompanhado as transformações do setor?Nós temos universidades de referência internacional no Paraná. Essas escolas estão de maneira constante aprimorando a grade curricular, oferecendo além da graduação, cursos complementares para cada vez mais qualificar o agrônomo.

A Adapar e a Emater realizaram concurso, mas os aprovados ainda não foram chamados por conta dos problemas financeiros do governo. Como o Crea avalia essa situação?Ambas as entidades absorvem um número grande de agrônomos. Esperamos que a situação dos recursos seja resolvida logo para a contratação dos profissionais. Até porque existe dentro do sistema público estadual um envelhecimento do quadro técnico. Novas gerações precisam ser formadas dentro desses órgãos. Para isso, é preciso a contratação para fazer a transição tranquila do conhecimento e da experiência.

Quais suas prioridades para a gestão que começou neste ano e segue até 2017?Somos um conselho multiprofissional. Na área da agronomia temos a preocupação em relação à discussão de políticas públicas nos diversos segmentos para que a gente possa melhorar os serviços ofertados a sociedade e, consequentemente, a qualidade de vida das pessoas por meio da segurança alimentar. Também temos a preocupação do desenvolvimento da grande e da pequena propriedade, permitindo que o produtor possa ter assistência técnica especializada para aumentar a produtividade com qualidade.

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