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Logo que a crise de 2005/06 se instalou – por causa do clima desfavorável à agricultura e pela queda nos preços das commodities –, uma reunião de gerentes e diretores resultou em medidas drásticas na cooperativa Lar, com sede em Medianeira (Oeste do Paraná). Eles descartaram demissão em massa e, para isso, decidiram correr em busca de novos mercados e cortar todos os gastos possíveis, incluindo benefícios aos funcionários.

A determinação evitou redução na produção de carne de frango e o pânico entre os colaboradores. Os efeitos da crise foram amenizados ao universo de 8,3 mil associados e 4,3 mil empregados. Dois anos depois de ser plenamente implantado, o programa acabou rendendo à Lar o prêmio Cooperativa do Ano 2008, na categoria Gestão Profissional.

A racionalização dos gastos chegou aos mais diversos departamentos da cooperativa, conta o coordenador de Programas de Qualidade, Clédio Roberto Marschall, que elaborou o projeto "Gestão Lar em tempos de crise". "Naquela reunião, foram definidas 82 ações imediatas. Desde então, a economia virou uma prática." Ele calcula que, desde o início dos cortes, deixaram de ser gastos mais de R$ 15 milhões.

A contribuição dos funcionários fez a diferença. A suspensão da previdência privada que era paga pela cooperativa evitou desembolso de R$ 765 mil. O corte do transporte escolar de funcionários universitários representou economia de R$ 245 mil à cooperativa. As horas-extras foram substituídas por um sistema de compensação por folgas. Ainda assim, os funcionários receberam reajuste de 5,5% em 2006, relata Marschall. Entre 2005 e 2006, o peso das despesas caiu de 15,4% para 14,75% sobre o faturamento, conta.

Os próprios trabalhadores foram estimulados a descobrir onde era possível economizar. Desde 2007, uma nova versão do programa, baseada no lema "Economize na crise", elencou 160 sugestões. Uma delas, ainda apontada como resultado daquela primeira reunião de diretores, veio de José Paravisi, responsável pelo desenvolvimento de embalagens. Ele teve a idéia de reduzir a aba das tampas das caixas de transporte de frango. Antes, essas abas tinham a altura da própria caixa. Agora, têm 7 centímetros, a metade do tamanho original. Além disso, as caixas não são mais tingidas de branco, como pediam os importadores. As medidas – acertadas com a indústria de caixas e com os compradores de frango – geraram economia de nada menos que R$ 632,45 mil em um ano, relata.

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