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A alta nos preços do açúcar e do etanol no mercado internacional esboça um novo momento para a cana-de-açúcar. Apesar de o crescimento mais significativo da produção ocorrer nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, o Paraná, quarto maior produtor do país, também vislumbra um incremento da área plantada, hoje de 618 mil hectares. Deste total, 65% estão concentrados nos municípios do Noroeste e 35% nos do Norte Pioneiro.

O fator preço se soma a outros: o Brasil é líder mundial na produção de etanol da cana-de-açúcar, domina tecnologia de produção, oferece estrutura para distribuição e ainda dispõe de terras cultiváveis para a cana. O Zoneamento Agroecológico da Cana-de-açúcar (ZAECana), realizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), mostra que só o Paraná tem 3,2 milhões de hectares de terras aptas.

"A tendência é de crescimento, principalmente mediante parcerias entre o produtor rural e a indústria", confirma o superintendente da Associação de Produtores de Bioenergia do Estado do Paraná (Alcopar), Adriano da Silva Dias, referindo-se às propostas de arrendamento de terras feitas pelas usinas.

A expectativa de expansão está ligada principalmente à rentabilidade que os canaviais oferecem desde a safra passada, quando a produção brasileira foi insuficiente para abastecer a frota brasileira de veículos e o apetite internacional pelo açúcar aumentou. "Hoje, a cana tem dado uma rentabilidade ótima para o produtor", ressalta Luiz Meneghel Neto, de uma família do norte do estado que está no ramo há mais de cem anos.

Nas contas de Meneghel, a cana-de-açúcar tem rentabilidade 30% a 35% superior à do milho que, por sua vez, rende 30% a mais do que a soja. "O bom resultado vem dos preços aquecidos do açúcar e do álcool", comenta, referindo-se a um rendimento médio de R$ 5,3 mil por hectare.

Com a experiência de quem há anos acompanha o setor, o produtor diz que a alta dos patamares médios no mercado internacional foi de mais de 100%. A tonelada de açúcar chega a ser comercializada a US$ 700. Em 2012, a cana-de-açúcar deve apresentar aumento de 35,2% no Valor Bruto de Produção (VBP).

Incerto

Se há certeza sobre a expansão futura, há também dúvida sobre o fôlego que ela terá. O volume de cana industrializada no Paraná foi de 42,9 milhões de toneladas nos últimos cinco anos, adverte Disonei Zampieri, coordenador do Setor Sucroalcooleiro do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab). "Saímos discretamente do lugar", observa. Entre 2008 e 2009 houve um crescimento, mas os números voltaram a se estabilizar.

Dados do Deral apontam que o preço médio pago ao produtor de cana está em R$ 54 a tonelada e a produtividade gira em torno de 68 toneladas por hectare.

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