Um novo cenário para soja em 2007

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O ano de 2006 está terminando e só não dá para dizer que não vai deixar saudades porque, nos últimos meses, um novo cenário surgiu, agora um pouco mais promissor para o produtor brasileiro de soja. Além da expectativa de cotações mais firmes em Chicago, por causa da briga por área entre milho e soja durante o plantio da próxima safra norte-americana, existe a esperança de contribuição do regime de chuvas para a safra brasileira, em função da atuação no fenômeno El Niño no Sul do Brasil.

São esses dois temas, aliás, que devem dominar o debate do mercado no início do ano que vem. No primeiro trimestre, teremos a definição da safra do continente que mais planta e colhe a oleaginosa no planeta, a América do Sul. E também de qual será o tamanho da superfície ocupada com milho na safra norte-americana do ano que vem – ou quantos milhões de hectares serão plantados a menos com soja por lá. O consenso do mercado hoje é de que haverá um incremento de 2 a 3 milhões de hectares de milho.

Essas duas completas indefinições – o tamanho da safra da América do Sul e a tomada de decisão do produtor norte-americano – devem ajudar a sustentar as cotações da soja em Chicago e evitar perdas maiores no primeiro trimestre do ano que vem. De certa forma, esses dois fatores são antagônicos, principalmente se o clima continuar favorável abaixo da linha do Equador. O El Niño pode fazer sobrar estoque para consumo em 2007. Todavia, existe o risco de desabastecimento da oleaginosa em 2008 por causa da área menor de soja nos EUA.

Curioso notar que está aumentando a diferença entre os contratos futuros de mais longo prazo (julho e agosto) em relação aos de curto prazo (janeiro e março). Na quinta-feira passada, a diferença entre o julho e o janeiro atingiu 40 pontos, a maior do ano. Ou seja, o mercado assinala que não falta soja no curto prazo, mas que pode faltar no longo. Para o produtor, isso significa dizer que é interessante segurar um pouco da sua produção para o segundo semestre do ano que vem.

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