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Quem acha que a produção de seringueira só existe nos distantes estados da Amazônia ficará surpreso ao ler esta edição do Caminhos do Campo. Embora seja ainda uma atividade pouco explorada no estado – concentrada em cerca de 30 propriedades rurais da região Noroeste, que respondem por menos de 1% da produção nacional –, a extração do látex dessa árvore nativa do Brasil hoje é uma das principais apostas agrícolas do Paraná.

Depois de industrializada, a seiva da seringueira é matéria-prima para produtos tão diferentes e necessários como os pneus dos carros e as luvas usadas pelos médicos durante as cirurgias. Comprador não falta, já que o Brasil produz apenas 36% da borracha natural que consome.

A alta demanda contribui para elevar a rentabilidade do setor ano a ano. Nesta safra, por exemplo, a receita por hectare supera a da cana e é três vezes maior que a da soja.

A reportagem que revela os detalhes do cultivo da seringueira encerra a série Boas Notícias. Ela foi planejada para apontar setores do agronegócio que vão bem no Paraná, em meio a uma das mais graves crises de rentabilidade, enfrentada principalmente pelos produtores de grãos. É uma contribuição da Gazeta do Povo ao segmento mais importante da economia estadual.

A região paranaense que poderá ser mais beneficiada pela heveicultura, nome técnico da atividade envolvendo a seringueira, é o Noroeste. Além do imprescindível clima quente, o solo arenoso favorece a fixação das profundas raízes da árvore, que é pouco exigente quanto à fertilidade do terreno, outra característica da região. A metade norte do Paraná é a última porção meridional do território brasileiro onde essa atividade é possível.

Também para a produção de grãos esta edição traz algum alento. A seção Análise de Mercado, de Fernando Muraro Júnior, informa que a China se consolida como grande consumidor mundial do grão. Segundo estudo do USDA, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, a China já responde por 45% do consumo mundial de soja.

Dos 7 milhões de toneladas de crescimento no biênio 2006/07, aquele país responderá por 4 milhões. Enquanto isso, a produção mundial ficará estável, o que pode indicar recuperação dos preços. Até 2010, a China será o grande cliente do agronegócio brasileiro. Não resta dúvida de que o Brasil precisa se voltar mais para o Oriente.

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