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As vendas de fertilizantes no Brasil em 2015 deverão ficar abaixo do recorde de 2014, pressionadas pelo curto prazo de tempo para negócios e entregas, após atrasos motivados pela cautela dos agricultores em um cenário de volatilidade de preços, disse nesta quarta-feira (12) o presidente da Mosaic no Brasil, Floris Bielders.

Ele estimou que as vendas do setor este ano no país poderão ficar entre 30 milhões e 31 milhões de toneladas, ante 32,2 milhões em 2014. A Mosaic é uma das maiores distribuidoras de fertilizantes no Brasil e a maior produtora global de fosfatados e potássio combinados.

"Você precisa fazer as compras com bastante antecedência e isso não está acontecendo. Quando tudo se concentra, temos portos com capacidade que não é suficiente. Haverá áreas onde produtores não serão capazes de receber em tempo", contextualizou Bielders. "Esse é um dos motivos pelos quais acreditamos que a demanda será menor este ano", reforçou.

A safra brasileira de grãos 2015/16 começa a ser plantada em setembro, mas o calendário de semeadura se estende até o fim do ano, em algumas regiões.

"Cerca de dois meses de demanda já foram vendidos. Uma boa quantidade ainda precisa ser vendida. Para esta época do ano, dois meses de antecipação é relativamente baixo", disse o executivo.

Conforme a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), 14,9 milhões de toneladas de fertilizantes foram entregues aos produtores entre janeiro e julho deste ano. O valor é 7,7% menor do que no mesmo período de 2014.

O plantio de soja, principal produto agrícola do Brasil, deverá ficar em 2015/16 igual ou ligeiramente superior ao recorde de 2014/15, segundo projeções de diversas consultorias. O menor consumo de fertilizantes em 2015 indica que a nova temporada será preparada com menor investimento em tecnologia.

"Isso não é por falta de entendimento do benefício do uso de fertilizantes, ou porque as margens não permitem, é por causa da incerteza do mercado. Os produtores esperaram [para fechar compras] apenas porque há muita volatilidade nos preços de grãos e de fertilizantes", destacou Bielders.

Na avaliação do executivo, a grande valorização do dólar ante o real nos últimos meses torna os fertilizantes -- cujas matérias-primas são majoritariamente importadas -- mais caros, mas também eleva o valor das commodities agrícolas. "Setenta por cento das culturas agrícolas do Brasil têm preços denominados em dólar... No saldo líquido, o real fraco é bom para o Brasil", disse.

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