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Uma estiagem fora de época está frustrando as expectativas de produtores do Oeste da Bahia. "Teve sol na hora errada. Aqui é comum ter estiagem em janeiro, mas neste ano a seca chegou em fevereiro e março, a pior época para a soja", explica Jaime Cappellesso. Os 600 hectares que cultiva em Luís Eduardo Magalhães devem render em média 15% menos que o esperado, relata o produtor. Com a colheita apenas começando, ele espera alcançar até 3,3 mil quilos por hectare, "uma média inferior à do ano anterior, mas ainda assim uma boa marca", considera. Na safra passada, Cappellesso tirou da lavoura 3,6 mil quilos de soja por hectare.

A estiagem do último mês pegou a soja de ciclo longo no estágio em que o tradicional veranico de janeiro pega as lavouras de ciclo curto, compara o produtor Tales Missio, de Luís Eduardo Magalhães. Com 30% da área colhida, o vizinho Franco Bosa conta que está tirando do campo entre 3 mil e 3,3 mil quilos por hectare. "Com tudo que investi, era soja para 4,2 mil quilos", lamenta. Ele revela que, do total colhido por hectare, perto de 2,3 mil quilos serão usados apenas para cobrir os gastos com a implementação da lavoura.

Cappellesso, Missio, Bosa e outros produtores ouvidos pelos técnicos e jornalistas da Expedição Safra, que percorreram a região nos últimos dias, relatam estarem vivendo uma situação inversa à do Paraná. No Oeste baiano, os melhores resultados devem ser obtidos na soja precoce e a produtividade tende a declinar conforme a colheita avança.

Até agora, as máquinas passaram por aproximadamente 5% dos 1,1 mil hectares ocupados pela oleaginosa nesta temporada. "Houve perdas, mas elas não foram generalizadas e não devem impedir a colheita de uma boa safra. No ano passado, fechamos com média de 3,4 mil quilos por hectare. Neste ano deve ficar entre 3 mil e 3,2 mil quilos", prevê o presidente do Sindicato Rural do município, Vanir Kölln.

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