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Campos experimentais, palestras e exposição de máquinas motivaram a participação de mais de 4 mil pessoas na WinterShow 2015. | Divulgação/Agrária
Campos experimentais, palestras e exposição de máquinas motivaram a participação de mais de 4 mil pessoas na WinterShow 2015.| Foto: Divulgação/Agrária

Em um contexto de incerteza na economia nacional e de preços que colocam no limite as margens dos cultivos de inverno, a cadeia produtiva reforça a busca por informações técnicas e de mercado para manter a atividade viável. Essa perspectiva movimentou a WinterShow, que reuniu mais de 4 mil pessoas e esmiuçou o tema durante três dias no distrito de Entre Rios, em Guarapuava, no Centro-Sul do Paraná.

Promovido pela Cooperativa Agrária, sediada na mesma região, o encontro deixou claro que para ser rentável, a produção de cereais e oleaginosas de inverno não depende apenas de excelência nos aspectos técnicos. Contexto econômico e social, demanda dos consumidores, gestão eficiente e foco no meio ambiente também tem peso decisivo para um resultado positivo ao final do ciclo.

“Hoje o produtor tem que ser um empresário rural, e as discussões da WinterShow ajudaram a mostrar que a crise pode se transformar em uma boa oportunidade para crescer”, resume o coordenador da Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (Fapa), Leandro Bren, que liderou a organização do encontro. Para isso é preciso se reinventar constantemente na atividade, apontou o publicitário Dado Schneider, que palestrou no último dia do encontro.

A compreensão do atual momento econômico do Brasil parece ser uma prioridade para quem está no campo, conforme sinalizou a palestra do economista Ricardo Amorim, no segundo dia da feira. Mesmo com um calor acima de 30 ºC o público foi recorde, lotando os estacionamentos e espaços do evento. Ele destacou que o agronegócio segue tendo peso decisivo na economia nacional, em um cenário que não tende a mudar no curto prazo, mesmo com os tropeços do país.

Palco de inovação

Mais do que reunir grandes palestrantes, o WinterShow também foi palco para a apresentação de novidades nos segmentos de cevada, trigo, canola, aveia, entomologia, fertilidade de solo e mecanização. Boa parte das inovações visa potencializar o rendimento das lavouras antes mesmo do desenvolvimento das lavouras, com avanços na genética e no manejo.

Um dos principais lançamentos foi a variedade ANA1 de cevada, que vai ganhar escala comercial em 2016. Bren explica que a variedade foi desenvolvida após 8 anos de estudos, em uma parceria entre a Agrária e a alemã Ackermann. “Temos 1200 hectares sendo multiplicados e poderemos plantar 20 mil hectares no próximo inverno”, aponta.

Além de maior rendimento no campo, a nova cultivar também está alinhada com as especificações demandadas pela indústria para a produção de malte. O desenvolvimento está ligado a estratégia de expansão da maltaria da cooperativa, que em 2016 deve chegar a 35% de participação no mercado nacional. “Uma entre cada 3 cervejas produzidas no Brasil terá o malte produzido pela Agrária”, complementa o coordenador da Fapa.

Foco sustentável

No ano internacional do solo, reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU), o evento também trouxe novidades sobre o tema. A agrônoma Sandra Fontoura lançou um livro detalhando dados sobre a fertilidade do solo e o manejo em plantio direto na Centro-Sul do Paraná. A publicação resume 18 anos de estudos, apresentando informações sobre a necessidade de componentes como hidrogênio, fósforo e fosfato para a produção de grãos e cereais na região.

Enfatizando a sustentabilidade, outra novidade foi o lançamento de dois novos materiais de nabo forrageiro, que ajudam a garantir cobertura permanente para o solo. “Essas variedades ajudam no pré-plantio de soja, cevada, trigo e outras culturas, pois permitem a preservação do solo e a reciclagem dos nutrientes. Isso favorece a preservação ambiental”, completa Bren.

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