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A valorização do feijão foi motivada pela redução da oferta. Os preços ao produtor – que até fevereiro estavam abaixo do valor mínimo de garantia do governo, de R$ 80 – começaram a subir no início de março, período de entressafra. Na época, os produtores haviam finalizado a colheita da safra das águas, que teve seu rendimento prejudicado pelas chuvas. Sandra Shetzel, da Unifeijão, explica que além de resultar em perdas de volume, o excesso de umidade também comprometeu a qualidade do produto. Isso desestimulou o plantio da safra da seca, que teve sua área reduzida em 14% no país e em 30% no Paraná.

Diante da oferta curta e da dificuldade para encontrar produto de qualidade extra, as cotações romperam, ainda em março, a barreira dos R$ 100. No mês passado, a saca do carioca alcançou picos de R$ 170 em algumas regiões. "70% da oferta que temos hoje no mercado é de feijão antigo, tipo comercial. Por isso, quem quer produto de maior qualidade está tendo que pagar mais por isso", relata Sandra. Segundo ela, um preço justo para o quilo do feijão no varejo seria de R$ 3, equivalente a R$ 120 a saca no atacado e R$ 100 ao produtor. O valor cobre os custos de produção, entre R$ 60 e R$ 70, e garante pequena margem de lucro ao agricultor.

Maior produtor de feijão do país, com 2,3% da oferta total, o Paraná colhe agora a safra da seca. Cerca de um quarto dos 186 mil hectares cultivados já foram colhidos. O potencial é para 292 mil toneladas, 19% menos que no ano anterior, segundo a Seab. Na safra das águas, a produção estadual somou 483 mil toneladas em 318 mil hectares.

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