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Duas informações importantes para a pecuária brasileira saltam aos olhos de quem avalia o relatório do uso de genética (sêmen) referente a 2012, divulgado pela Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia). 

Em primeiro lugar, não há dúvida de que a venda de 12,34 milhões de doses em 2012 contra 11,91 mi em 2011 (crescimento de 3,64%) é a constatação de que avança o processo de melhoria do gado brasileiro sob o ponto de vista da produtividade. Afinal, nos últimos cinco anos (2008 a 2012), a comercialização de sêmen aumentou 65,4%.

É importante destacar que genética independe da raça criada. Trata-se de um passo somente dado pelos pecuaristas que estão convencidos da necessidade de produzir mais e melhor.

Além desse índice de crescimento realmente espetacular, há um outro indicador a ser festejado. Trata-se do uso de inseminação artificial por mais de 10% das vacas. Este é um grande avanço para a pecuária brasileira. Historicamente, sempre se falou em uso de sêmen entre 5% e 7% das fêmeas. O crescimento detectado coloca a atividade em um novo caminho, que, esperamos, seja de mão única.

O rebanho bovino brasileiro gira em torno de 200 milhões de cabeças, pelo levantamento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Estima-se que sejam cerca de 40 a 50 milhões de fêmeas em idade reprodutiva, incluindo para corte e para leite (de raças puras ou cruzadas).

Considerando os dados divulgados pela Asbia, em torno de 5 milhões de vacas são inseminadas no país. Porém, sobram ainda no mínimo 35 milhões de fêmeas cobertas nas fazendas.

Esse é o grande desafio da pecuária brasileira, especialmente avaliando a necessidade de alimentos para suprir a demanda global e o excepcional potencial do país para contribuir para atender esse consumo crescente.

Afinal, já não basta que cada uma dessas fêmeas tenha um bezerro por ano – o que efetivamente não ocorre. É preciso que essa cria cresça rápido, ganhe peso e ganhe musculatura o mais rápido possível.

Em outras palavras, a inseminação artificial tem grande importância no processo, mas a produção de touros avaliados para cruzamento com as fêmeas que estão fora da estatística da Asbia está entre as prioridades da pecuária nacional.

Há, indiscutivelmente, vários projetos de seleção de touros espalhados pelo Brasil, mas o rebanho de reprodutores ainda é insuficiente para atender as necessidades da atividade.

Nesse cenário, há compromissos que precisam ser assumidos tanto pelos produtores de touros, que precisam ampliar a oferta, quanto dos pecuaristas em geral, que devem dar preferência aos machos avaliados. Os benefícios são indiscutíveis.

(*) Paulo de Castro Marques é especialista na criação de gado Angus, Brahman e Simental sul-africano.

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