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Nesta semana Curitiba e o Paraná se transformam na capital sul-americana do agronegócio. Um agronegócio que vai ao museu para discutir a relação entre urbano e rural, a oferta e demanda, entre a produção e consumo. Ao colocar em debate as principais cadeias produtivas e suas variáveis, o Fórum de Agricultura da América do Sul coloca em pauta o desenvolvimento econômico e social não apenas do campo como das cidades.

Com o tema Sociedade Urbana. Economia Rural o evento vai destacar a correlação de uma sociedade ou população urbana e verticalizada, mas cada vez mais dependente da economia rural. Uma dependência que vai além da garantia de abastecimento e segurança alimentar. O agronegócio atual, moderno e globalizado, status que se fortaleceu na última década, virou sinônimo de economia, emprego e renda, divisas comerciais e sustentabilidade, do ponto de vista da geração de energia.

São inúmeros os indicadores da presença do campo na economia urbana que não apenas o que se põe à mesa. Índices puramente econômicos revelam uma participação efetiva e crescente da economia agrícola no Produto Interno Bruto (PIB), nas exportações e no desenvolvimento do país. Na balança comercial brasileira é o único segmento com saldo positivo. Da pauta de exportação, oito dos dez produtos que lideram o ranking são do agronegócio. Este também é o único segmento que, ao longo de 2015, tem conseguido segurar positivo o saldo entre contrações e desligamentos no mercado de trabalho.

Entender e debater o agronegócio é, portanto, discutir o futuro da economia. Tem a ver com alimentar o mundo, sim! Mas de maneira sustentável, do ponto de vista socioeconômico e ambiental. Por isso a importância de se discutir não apenas estatísticas, como as cifras e as variáveis que envolvem esses dados. Uma equação que passa não apenas pela necessidade de se produzir, mas pela viabilidade e condições à produção.

Organizado pelo Agronegócio Gazeta do Povo, o fórum será realizado nos próximos dias 12 e 13, quinta e sexta, no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba. A programação conta com 16 temas que serão tratados por mais de 30 palestrantes. Os ouvintes e conferencistas confirmados vêm de vários países e continentes, como Argentina, Uruguai, Chile, Paraguai, Estados Unidos, China e Europa, além do Brasil, é claro.

Para inscrições e informações sobre o programa acesse www.agrooutlook.com.

El Niño no campo e no mercado

A intensidade e os extremos do fenômeno El Niño começam a influenciar as estimativas da produção de grãos no país. E, com isso, influenciar também as cotações no mercado interno e internacional. Caracterizado por chuvas abundantes e melhor distribuídas no Centro-Sul do país e precipitações menores no Centro-Oeste e Centro-Norte, no ciclo atual o El Niño tem sido cruel com alguns dos principais estados ou regiões produtoras do Brasil. Um cenário, inclusive, que obriga a revisão dos números pelas consultorias de projeção de safra.

Enquanto, com a ajuda da chuva, o Paraná avança para a fase final do plantio de verão, com o milho praticamente concluído e a soja com mais de 80% da área plantada, a situação no Mato Grosso é inversa. Maior produtor nacional, o estado do Centro-Oeste não conseguiu semear nem a metade da área de soja prevista para a temporada. Situação mais crítica vivem os estados do Centro-Norte e Nordeste, onde a falta de chuva não apenas dificulta o plantio como já compromete a produtividade das lavouras.

No Rio Grande do Sul, é o excesso de água que tira o sono dos produtores, que também não conseguem avançar com as plantadeiras. Dos três maiores produtores de soja, o Paraná é o estado melhor posicionado e com preocupações menores. Mato Grosso, Paraná e Rio Grande no Sul, nessa ordem os primeiros do ranking de produção, respondem juntos por mais de 60% da oferta nacional da oleaginosa. A considerar Goiás e Mato Grosso do Sul, quase 80% da safra brasileira de soja se resume a cinco estados.

A situação no Mato Grosso e no Centro-Norte provoca especulações no mercado e pode abrir uma janela interessante à comercialização. Uma oportunidade em especial à safra dos Estados Unidos, que na safra atual colheu mais de 100 milhões de toneladas de soja e 340 milhões de toneladas de milho e vendeu menos de 30% da produção. Ao Brasil, onde a comercialização antecipada supera os 50% do potencial produtivo, uma chance de realizar mais uma boa parte da produção que ainda está verde ou sequer foi plantada.

A persistir a ausência das chuvas na metade de cima do mapa e o excesso de água no extremo Sul, a soja pode ir a US$ 9,00/bushel e o milho beliscar os US$ 4,00 na Bolsa de Chicago. No Paraná e no Brasil as cotações seguem sustentadas no câmbio, com máximas de R$ 74/saca de soja e R$ 27/saca de milho.

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