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Cercado de suspense, o Palácio do Planalto apresenta nesta terça (2) em Brasília o Plano Agrícola e Pecuário 2015/16. O anúncio das regras do novo ciclo estava marcado para 19 de maio, mas teve de ser adiado por falta de entendimento sobre a taxa de juros e do volume de recursos a serem disponibilizados. E isso só fez aumentar a expectativa do setor, em especial sobre o reajuste que será aplicado em cima dos juros básicos do financiamento agrícola. A taxa pode ir de 6,75% – índice praticado no ano passado – para mais de 9% ao ano, a considerar os últimos aumentos da Selic, a taxa média de juros utilizada como referência para a economia brasileira.

A aposta maior, no entanto, vem de um trabalho de sensibilização junto ao Ministério da Fazenda e ao seu ministro, Joaquim Levy, para com o agronegócio. Um movimento que vem do campo, passa pelo Ministério da Agricultura e encontra aliados inclusive no Palácio do Planalto. Em meio à crise econômica e à economia estagnada, o agronegócio se apresenta como o segmento com maior capacidade de reverter ou, pelo menos, de estancar o quadro de recessão do país. Isso a partir de uma vocação natural para atender a uma demanda mundial por alimentos e energia.

Um negócio bastante dinâmico, que se renova a cada ano. Contudo, um negócio que também precisa fazer a sua parte e contribuir para a recuperação da economia. E pagar mais juros, num momento de crédito escasso e mais caro, é ser solidário não necessariamente com o governo, mas com a sociedade e o desenvolvimento do Brasil.

PIB AGROAcabou que o atraso ou o adiamento da divulgação do PAP 2015/16 não foi de todo ruim. A divulgação dos números do Produto Interno Bruto (PIB), na semana passada, reforçou a tese de que o setor produtivo não reivindica nenhum privilégio, mas uma atenção – no caso, uma taxa de juros – proporcional à sua participação no PIB. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que a economia brasileira encolheu entre janeiro e março. E que só não caiu ainda mais graças ao desempenho do agronegócio. Enquanto o PIB geral do período analisado recuou 0,2%, o do campo cresceu 4,7%.

O balanço do IBGE não poderia chegar em melhor hora. O desempenho do agronegócio no PIB pode justificar qualquer que seja a taxa diferenciada ou descolada do crescimento da Selic para o setor. Não seria de se estranhar, neste momento, um juro agrícola de 8,75%. Como também não será nenhuma surpresa a presença do ministro Levy no lançamento do Plano Safra 2015/16. Até porque fica claro, no contexto atual, que se trata de um plano que vai além do benefício ao produtor rural, mas que serve de estímulo à economia nacional, carente de setores que revertam o viés de recessão.

Aftosa tem novo roundUma nova audiência pública para discussão de questões sanitárias e de mercado do rebanho bovino do estado ocorre hoje na Assembleia Legislativa. A primeira, realizada no início de maio, revelou que existe certo consenso, mas também muitas divergências com relação à proposta de tornar o Paraná livre de febre aftosa sem vacinação. O secretário estadual da Agricultura, Norberto Ortigara, e o diretor presidente da Agência de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná (Adapar) chegam para o encontro diretamente de Paris, onde participaram da Assembleia da OIE, a Organização Internacional de Saúde Animal, autoridade máxima na conferência de status sanitários no mundo.

Já do interior do estado, vem a Sociedade Rural do Paraná (SRP) com uma posição firme, chancelada por um grupo de 23 entidades classistas, associações de criadores e de profissionais do setor. A posição não é necessariamente contrária, mas também não é a favor. Em carta ao governo do estado, as entidades emitem um parecer com uma posição resumida no seguinte teor: “A favor de que o Paraná seja livre de febre aftosa sem vacinação, desde que ocorra de forma simultânea com os estados do Rio Grande do Sul, São Paulo e Mato Grosso do Sul”. A ação em bloco seria uma maneira de proteção e garantia mais ampla ao Paraná.

Outro estado que faz divisa com o Paraná, Santa Catariana é a única unidade da Federação com o status de livre sem vacinação.

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