Quando o Brasil discute seu papel de fornecedor de alimentos para o mundo globalizado, não se limita ao potencial das exportações de grãos in natura, que cresceram mais do que as de farelo e de produtos industrializados. O caderno Agronegócio de hoje mostra que, apesar da importância desses embarques, a expectativa é de avanço no fornecimento de carnes – grãos com valor agregado. No longo prazo, os frigoríficos podem assumir a dianteira dos negócios.
A carne enquanto proteína extraída da soja e do milho, no entanto, exige avanço em uma série de quesitos, que vão do cumprimento de exigências sanitárias à adaptação das indústrias para cortes específicos que correspondam aos hábitos de consumo de cada país. Essas exigências crescem e funcionam como uma porta estreita, que se impõe independentemente do tamanho da demanda internacional.
Em última instância, é essa demanda, sim, que determina a ampliação das exportações de aves, suínos e bovinos congelados. Daí a importância dos dados acumulados neste ano. O cenário de 2013 embala projeções otimistas e sustenta metas bastante ambiciosas.
O Brasil quer ser o maior exportador de carne bovina e de frango do mundo e prevê que, em 2020, terá 44,5% e 48,1% desses mercados, respectivamente. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) projeta ainda participação 14,2% no comércio internacional de carne suína.
Diante da confirmação de que a demanda segue aquecida e que a produção de grãos está aumentando, a estruturação do setor de carnes torna-se estratégica para que o agronegócio consiga ampliar sua renda a partir do desempenho exemplar alcançado no campo. E a capacidade de manter conexão com antigos e novos mercados revela-se fundamental.
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