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O setor da cana-de-açúcar está demorando mais do que se esperava para retomar os investimentos industriais, mostra a edição de hoje do caderno Agronegócio. As empresas, sujeitas ao mercado internacional do açúcar e do etanol, adiam projetos dados como promissores cinco anos atrás.

O quadro reflete também a competição da cana com outras cultura, como soja, milho, mandioca, mas mostra que falta estratégia para um setor com potencial para ampliar as exportações e garantir farto abastecimento interno de combustível renovável. E que a política brasileira para a agroenergia surte efeitos controversos na economia.

A vocação brasileira para o etanol de cana permite que o país espere contar com combustível renovável mais barato que a gasolina. Com espaço de sobra para ampliação das lavouras, um planejamento de longo prazo, associado a uma política fiscal adequada, pode abrir caminho para isso.

O setor sucroalcooleiro reclama, no entanto, que o governo estimula o uso de combustível fóssil ao controlar os preços da gasolina. Medidas que melhorem a competitividade do etanol de cana tornam-se decisivas para rebater essa política. A oferta de recursos para financiamento da atividade não tem funcionado. O que se reivindica são medidas com reflexo na viabilidade.

Sem uma mudança, as vantagens se anulam. Com potencial para produzir e exportar cada vez mais etanol, mas sem investimentos industriais de peso e ampliação significativa das lavouras, o Brasil terá de esperar interferência do mercado internacional para contar com álcool de cana mais barato. Por outro lado, quando o álcool e o açúcar sobem no mercado internacional, normalmente há elevação também nos preços internos.

A redução de custos torna-se essencial. O álcool de cana precisa chegar mais barato ao consumidor sem, contudo, tirar viabilidade da cadeia produtiva. Essa condição ainda precisa ser criada. Mas isso só vai ocorrer quando o assunto for tomado como prioridade na pauta nacional.

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