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| Foto: Josua© Teixeira/gazeta Do Povo

A Agroleite reforçou o apelo à participação do público. Ainda há muitos produtores que não aproveitam a feira?

O produtor lentamente está percebendo que, se ele não se profissionalizar, vai ficar de fora da atividade. Ele está percebendo que precisa se atualizar em tecnologia e evoluir na gestão do negócio. Isso faz com que cada vez mais produtores venham participar da feira.

Nos Campos Gerais, há pecuaristas investindo milhões em ordenha robotizada e produtores que evitam elevar custos. Qual a razão dessa distância entre as duas avaliações? Faltam recursos?

Existem vários fatores em questão. Um deles é a cultura do próprio produtor, a capacidade de ele enxergar a necessidade e o retorno de um novo investimento. Neste ponto é que reside normalmente o maior problema. Ele realmente pode enxergar que, com os investimentos em tecnologia e profissionalização, vai ter um retorno maior. As vezes, sim, as condições técnicas e financeiras são limitantes.

A margem reduzida tira o produtor da zona de conforto?

Tem gente que espera até o último momento. Têm produtores que se antecipam e conseguem enxergar a necessidade de ter escala. O maior problema tem sido diluir os custos com mão de obra. Esse passo é decisivo para que uma leiteria familiar possa dar um passo adiante.

As principais cooperativas dos Campos Gerais estão faturando mais de R$ 1 bilhão por ano individualmente. Isso muda a estrutura de produção e a Agroleite?

Castro é o maior produtor de leite do país. É quase uma obrigação que o município demonstre isso através de uma feira, e que essa feira seja reflexo da cadeia do leite. A participação do pecuarista nessa alavancagem da produção tem sido decisiva. Ao mesmo tempo, isso faz com que ele tenha que se profissionalizar. Isso vira uma bola de neve. O crescimento da pecuária acaba dando a sustentabilidade para a indústria.

A região produz o suficiente para as indústrias instaladas?

Hoje nós estamos fazendo intercooperação no ABC [entre as cooperativas Capal, de Arapoti, Batavo, de Carambeí, e Castrolanda, de Castro] e com as cooperativas Witmarsum [Palmeira], Bom Jesus [Lapa], Coamig e Agrária [ambas de Guarapuava] para somarmos 1,5 milhão de litros de leite por dia, a medida que a indústria precisa. Com o investimento industrial em São Paulo, temos condições de ampliar tranquilamente a produção. As indústrias aqui da região dos Campos Gerais estão praticamente tomadas.

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