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Pavimentação de trecho de terra da BR-163, no Pará, é essencial para abertura de nova rota de exportação de grãos para o Norte brasileiro | Jonathan Campos/gazeta Do Povo
Pavimentação de trecho de terra da BR-163, no Pará, é essencial para abertura de nova rota de exportação de grãos para o Norte brasileiro| Foto: Jonathan Campos/gazeta Do Povo

O volume de soja e milho a ser exportado pelos portos do chamado Arco-Norte brasileiro a partir deste ano deve ser definido pelos transportadores rodoviários. A constatação é de especialistas que debateram o assunto no painel sobre infraestrutura e logística durante o 1º Fórum de Agricultura da América do Sul. “O caminhoneiro é atraído pelo frete de retorno das cargas e como ainda não há estrutura que possa oferecer isso nos portos do Norte, a maior parte do excedente continuará saindo pelo Sul e Sudeste do país, por onde entra a maior parte do fertilizante usado na agricultura”, aposta Nilson Hanke Camargo, assessor técnico e econômico da Federação da Agricultura do Paraná (Faep). Ele acredita que os novos corredores de exportação vão aliviar a logística na região Centro-Oeste e Norte do Brasil, mas não no curto prazo.

O diretor-executivo da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Seneri Paludo, concorda com Camargo e acrescenta que, com a consolidação de novas rotas pelo Norte, deve haver maior competição por cargas entre os modais ferroviários e rodoviários e isso tende a forçar os preços do frete ferroviário para baixo. “Para conseguir ‘roubar’ as cargas das estradas, as ferrovias terão de mexer nos preços”, conclui.

Os terminais de embarque no Pará e em São Luís (Maranhão) são a alternativa mais cobiçada pelo agronegócio brasileiro nos últimos anos. Além da estrutura portuária, o setor aguarda ansiosamente pela conclusão da pavimentação da BR-163, que é a via de ligação entre as maiores fazendas do Brasil e os novos corredores de exportação. “Existem hoje oito terminais privados em construção no Pará, alguns devem começar a receber cargas já a partir desta safra”, lembrou o consultor em logística da Confederação Nacional de Agricultura (CNA), Luiz Antônio Fayet. Um estudo apresentado pelo especialista mostra que no ano passado os portos do Sul e Sudeste tiveram de receber um excedente de mais de 55 milhões de toneladas de soja e milho. Em 2009, o volume que descia em direção ao Sul do país era de menos de 38 milhões de toneladas.

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