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 | Ana Gabriella Amorim/Gazeta do Povo
| Foto: Ana Gabriella Amorim/Gazeta do Povo

As exportações de proteína animal do Brasil vêm sofrendo nos últimos anos por causa de barreiras sanitárias impostas por outros países. Para especialistas reunidos durante o 6º Fórum de Agricultura da América do Sul, que ocorre em Curitiba, o principal desafio do setor produtivo brasileiro de carnes é vencer os próprios limites e colocar no mercado um produto de melhor qualidade e sanidade animal.

De acordo com Paulo Rossi, do LapBov, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), 70% das barreiras impostas ao Brasil não são tarifárias, es de caráter sanitário não são as únicas. Há barreiras ecológicas e até que levam em conta a qualidade do produto, impostas pelo mercado.

“Nós exportamos um volume grande de aves e suínos, mas no caso de bovinos ainda deixamos a desejamos em qualidade”, afirmou. Ou seja, não são barreiras técnicas, e sim um desafio de mercado.

Apesar disso, segundo Rossi, as imposições comerciais também afetam bastante as exportações de carne brasileiras, seja com sobretaxas ao nosso produto ou dumping – prática de preços abaixo do mercado – e até de subsídios internos dados ao setor de proteína animal de outros países.

De acordo com o especialista, algumas das barreiras sanitárias impostas ao Brasil nos últimos anos são barreiras ocasionadas por problemas que o próprio país precisa vencer, e que estão atreladas à melhoria da qualidade da carne brasileira e da sanidade dos animais de produção.

Além de uma mudança de cenário externa, como a perda da Rússia e Venezuela como compradores da nossa carne, ouve no geral uma redução dos mercados de importação da carne brasileira. Em abri, houve redução de 12%, segundo Rossi, das exportações.

Além disso, ações com as da Operação Carne Fraca repercutiram mal no nosso mercado comprador de carnes. “Precisamos quebrar as nossas próprias barreiras”, sintetizou Rossi. Para ele, é preciso aumentar a fiscalização da questão sanitária, para tentarmos melhorar nossa imagem lá fora. No caso do Sul do país, o esforço, diz ele, é para liberar a região da febre aftosa, que é um dos grandes impactadores da exportação, principalmente de aves e suínos.

Valor agregado

Inacio Kroetz, diretor-presidente da Adapar, acrescentou que o país precisa agregar valor aos seus produtos para reverter a queda nas exportações. “Temos que ter regularidade e qualidade nos produtos. E lutar contra barreiras sanitárias que nós mesmos criamos”, disse.

Já Willy Alfaro, diretor da OMC, afirmou que a Organização Mundial do Comércio monitora de perto as barreiras comercias e que qualquer país pode recorrer contra essas imposições, inclusive as sanitárias e fitossanitárias (SPS).

Essas medidas, segundo ele, servem para garantir a saúde das pessoas, animais e plantas e devem seguir critérios científicos e serem baseadas em padrões internacionais.

“Os membros da OMC têm a obrigação de cumprir com esses critérios e também aceitar medidas equivalentes adotadas por outros países”, afirmou. De acordo com ele, as barreiras comerciais disfarçadas de sanitárias são minoria, ou seja, não devem impedir o livre comércio entre países.

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