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O agronegócio mundial vive um momento de transição. Após uma sequência de safras em que a demanda foi superior à produção, o quadro se inverte e o setor entra em um ciclo de preços e rentabilidade menores nesta temporada. Esse novo cenário exige dos produtores rurais práticas mais sustentáveis. Ou seja, para viabilizar financeiramente o negócio é preciso aumentar a produtividade por hectare gastando menos com fertilizantes, defensivos agrícolas, mão de obra e outros itens que elevam o custo de produção, além da profissionalização na hora de comercializar a safra.

INFOGRÁFICO: Veja o potencial de produção de grãos e carnes da América do Sul

Entre as temporadas 2005/06 e 2012/13, a produção mundial de soja, milho e trigo cresceu, em média, 1,41% ao ano, enquanto o consumo aumentou 1,94% ao ano. Esse período de oito safras teve sobressaltos. Contou com o início da política do etanol nos Estados Unidos em 2006, o que elevou a procura por grãos, e três grandes quebras climáticas, limitando a colheita de importantes players agrícolas do planeta. Com a demanda maior em relação ao que o campo era capaz de fornecer, as cotações das commodities atingiram os maiores patamares da história. A soja chegou a romper a barreira dos US$ 17 por bushel na Bolsa de Chicago, enquanto o milho bateu na casa dos US$ 8,4 por bushel, em 2012. Com dinheiro no bolso, os produtores apostaram na compra de terras e máquinas agrícolas para ampliar ainda mais a produção.

Porém, o cenário se inverteu na safra passada. A produção mundial de grãos deu um salto de 10,5% e superou com folga o crescimento do consumo (5,1%). A nova conjuntura do agronegócio jogou as cotações das commodities para baixo. Com os preços dos grãos batendo nos custos de produção, muitos agricultores puxaram o freio de mão na hora de planejar o plantio da safra 2014/15. As projeções mostram uma redução no ritmo de crescimento da produção para se realinhar à realidade do mercado consumidor.

A preocupação com o futuro das cotações e da produção é um dos pontos chave do 2.º Fórum de Agricultura da América do Sul. “O agronegócio mundial vive um momento difícil, de superoferta e preços reprimidos, que não significa necessariamente crise, mas exige uma readequação do setor. Esse cenário está em evidência durante os dois dias do evento”, afirma o coordenador do evento, Giovani Ferreira.

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