O parque de exposição do Show Rural Coopavel, que começa na próxima segunda-feira (1°), em Cascavel, no Oeste do estado, terá um perfil diferente das edições anteriores. Sem a participação das sete grandes montadoras de máquinas agrícolas do país, a organização aposta nas novas tecnologias de sementes, fertilizantes e defensivos para atrair os produtores e movimentar a rede de negócios.
Mais de 450 expositores irão apresentar os benefícios dos seus produtos e serviços, num momento onde a alta do custo de produção reduz o lucro do setor.
“Máquinas não são as tecnologias mais importantes. As principais são sementes, fertilizantes e defensivos. Isso que impulsiona o campo”, afirma Dilvo Grolli, presidente da Coopavel, organizadora da feira. “As máquinas são bens duráveis de 20 anos. Por outro lado, a cada 4 anos, 80% das sementes e defensivos são renovados”, complementa.
Apesar do otimismo do presidente da Coopavel, o faturamento da feira deve despencar. Além da crise econômica, da dificuldade da liberação de crédito por parte dos bancos, mais cautelosos com a alta da inadimplência, as vendas de maquinário representaram 80% do faturamento de R$ 2 bi da feira em 2015.
“Não temos expectativa, O setor irá se adequar as circunstâncias econômicas do Brasil”, pondera Grolli.
Boicote
O boicote das montadoras – Case e New Holland (do grupo CNH Industrial), Valtra e Massey Ferguson (do grupo AGCO), John Deere, Agrale e Agritech – envolve uma disputa com a organização da feira. A justificativa oficial do grupo é de que a intenção de mudança na data da feira, que passaria para a terceira semana de fevereiro, inviabilizou a logística para participar do evento em Cascavel e da Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque (RS), entre os dias 7 e 11 de março. A organização do Show Rural voltou atrás, mas as indústrias já estavam com os orçamentos revisados.
Porém, o boicote rebate a negativa da Coopavel quanto à proposta das indústrias de realizar o Show Rural, que atualmente é anual, a cada dois anos.
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