A principal exposição da agricultura familiar do Nordeste reúne cerca de 10 mil pessoas por edição. Ocorre em Petrolina (PE) a cada dois anos e mobiliza o setor há uma década. No último dia da Feira Semiárido Show 2015, sexta-feira 23, a Expedição Agricultura Familiar abriu discussão sobre os desafios do setor no século 21. Os palestrantes foram surpreendidos por manifestações que apontam para a necessidade de aperfeiçoamento das políticas públicas e do próprio crédito rural.
A equipe do projeto, formulado pelo Agronegócio Gazeta do Povo, falou das viagens e de como a agricultura familiar brasileira promove uma revolução econômica e social silenciosa. Para as cerca de 40 pessoas que participaram do seminário – já realizado em quatro estados (RS, SC, PR e MS) –, as informações e imagens da produção de alimentos do Sul e Centro-Oeste mostraram um universo contrastante, mas também conectado a sua realidade. Como no Nordeste, as regiões já visitadas buscam ampliação de renda e sustentabilidade.
Os manifestantes eram técnicos, agentes de assistência técnica, agricultores familiares e estudantes. Eles disseram que o sistema de crédito ainda é muito focado em culturas específicas, e pediram um enfoque mais sistêmico, que não fragmente a atuação das famílias de produtores e deem mais liberdade à produção conforme seu perfil regional.
O consultor das Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) Valter Bianchini, um dos palestrantes, avaliou que o ponto alto do seminário foi o debate. Um dos participantes, o representante da FAO no México, Fernando Soto Baquero, disse que o fato de o debate ter focado detalhes da política agrícola mostra maturidade do próprio setor produtivo. Para o diretor do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural (Dater), do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Marenilson Batista da Silva, numa avaliação superficial, as mudanças que estão transformando a agricultura familiar podem passar despercebidas, mas muito se avançou nas últimas três décadas.
O seminário deve servir de referência sobre as preocupações da agricultura familiar do Sertão do Nordeste, que reúnem perto de 1,5 milhão de produtores.
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