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Influenza aviária no Brasil só é possível se houver sabotagem, afirma  o presidente do Sindiavipar, Domingos Martins | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Influenza aviária no Brasil só é possível se houver sabotagem, afirma o presidente do Sindiavipar, Domingos Martins| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

O Paraná está pronto para diagnosticar casos de gripe aviária. O Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) entregou ao estado nesta terça (3) um equipamento capaz de identificar reagentes para a doença em pouco mais de uma hora.

Para ser um dos primeiros laboratórios do Brasil a obter essa certificação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) faltam apenas alguns testes biológicos finais.

O aparelho já está no Centro de Diagnóstico Marcos Enrietti (CDME), que pertence à Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar). “Nosso pessoal já fez treinamentos e estamos aptos a fazer o controle”, afirma Inácio Afonso Kroetz, diretor presidente do órgão estadual.

O investimento total do Sindiavipar no laboratório foi de aproximadamente R$ 350 mil. “Não temos a presença da influenza no Brasil, mas nos sentimos na obrigação de realizar essa aquisição para termos como detectar”, afirma o presidente da entidade, Domingos Martins.

Além da gripe aviária - uma das maiores ameaças à avicultura brasileira - o objetivo é que a novidade também seja capaz de identificar suspeitas de newcastle, outra patologia causada por vírus e que afeta aves silvestres e comerciais.

Vigilância ativa e passiva para influenza

Como principal estado produtor e exportador de carne de frango, a instalação de um aparelho deste porte no Paraná se tornou uma necessidade. “Antes a análise de todo o Brasil era feita apenas no Lanagro, laboratório de Campinas, e depois no Rio Grande do Sul. É uma demanda que poderia sobrecarregar outros laboratórios”, comenta Maria Constanza Rodrigues, médica veterinária e fiscal de defesa agropecuária do Adapar.

A especialista foi uma das funcionárias treinadas para utilizar a ferramenta e explica que o estado será capaz, em poucos meses, de aprimorar a chamada vigilância ativa. “È um controle para manter a certificação em uma granja”, afirma. As amostras são de traqueia, cloaca e soro. O equipamento do Adapar fará análises desses dois primeiros tipos de amostra.

Maria Constanza Rodrigues apresenta equipamento de detecção de influenza aviária: com amostras inseridas no aparelho (ao lado) é gerado um gráfico para verificar suspeitas de gripe aviáriaGuilherme Artigas/Sindiavipar

Caso os reagentes de amostras apontem para uma possibilidade de gripe aviária, é indicado confirmar o caso com a análise de órgãos, a partir da chamada vigilância passiva, o que envolve o sacrifício de alguns animais para obter analise aprofundada. Essa modalidade é feita no Lanagro de Campinas.

Além do laboratório paranaense, outros laboratórios foram treinados para fazer o mesmo trabalho diagnóstico: dois em São Paulo, controlados pelo Instituto Biológico, e outro no Centro de Diagnósticos de Sanidade Animal (Cedisa) de Santa Catarina, que recentemente iniciou as atividades.

Contaminação por gripe aviária

Apesar de mais de 30 países já terem registrado casos, para o presidente do Sindiavipar, Domingos Martins, o Brasil está blindado contra a gripe aviária: “Não acho possível a contaminação [por influenza] no Brasil, a não ser por sabotagem. Os controles são muito rígidos, tanto da porteira para dentro quanto da porteira para fora”.

O país realiza controle preventivo fazendo coletas em locais de aves migratórias. “A vigilância é feita animais que vivem no entorno, como aves de subsistência”, explica Constanza Rodrigues.

Além disso, dentro das granjas o acesso de pessoas é fortemente restrito. “Muitas vezes não são permitidas visitas estrangeiras não por orgulho, mas sim por proteção de que alguém tenha passado por uma granja que possa ter sido contaminada”, completa Domingos.

Entrega simbólica do equipamento das mãos do presidente do Sindiavipar, Domingos Martins (à esquerda) ao secretário de agricultura do Paraná, George Hiraiwa (ao centro), e ao diretor presidente da Adapar, Inácio Afonso Kroetz (à direita). Guilherme Artigas/Sindiavipar
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