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Produtores paranaenses ainda têm 30% da safra do verão para negociar, segundo a Seab.

O ano é de retomada na produção de soja e milho de verão em Mato Grosso do Sul, mas os produtores recebem de R$ 2 a R$ 3 a menos por saca de soja na comparação com outros estados, calcula a Federação da Agricultura do estado, a Famasul. Coope­­­rativas, cerealistas e tradings se veem obrigadas a comercializar localmente metade da safra por exigência do governo, o que teria baixado os preços e inibido vendas antecipadas.

Com mais de 2 milhões de hectares plantados, MS espera colher perto de 6 milhões de toneladas de soja “O setor se obriga a comercializar metade da safra internamente ou corre o risco de perder o crédito de ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços] das exportações. E as empresas acabam incluindo o imposto que pagam [5,6%] nas negociações estaduais”, protesta o presidente da Famasul, Eduardo Riedel. A saca está em R$ 56 e poderia estar em R$ 58, como no Noroeste do Paraná, aponta. Ele planta 2 mil hectares de soja em Maracaju e prevê que a produtividade passará das 54 sacas por hectare do ano passado para 60 sacas por hectare.

Nas exportações, não há incidência de ICMS, por força da Lei Kandir. O governo do estado alega que criou formas de ampliar a comercialização interna para poder investir em infraestrutura. A briga tributária dura uma década e estaria inspirando estados vizinhos, como Mato Grosso e Goiás, a adotarem medidas semelhantes.

A Famasul, cooperativas e especialistas consultados pela Expedição Safra estimam que Mato Grosso do Sul vendeu antecipadamente menos de um terço da safra de soja, metade do índice atingido em Mato Grosso. “O produtor acaba adiando os negócios na expectativa de que a pressão da política tributária estadual seja menor na colheita”, relata o gerente executivo da Cooperoeste, de São Grabriel do Oeste, Juliano Ribeiro. Os associados da cooperativa plantaram 62 mil hectares de soja e preveem que a produtividade aumente de 38 sacas para 55 sacas por hectare.

O produtor Luiz Zanella, de São Gabriel, vendeu apenas 10% da produção que espera colher em 1,02 mil hectares. Ele torce para que a cotação local continue na casa de R$ 55 na colheita. A Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja-MS) calcula que a safra de verão vai movimentar R$ 5 bilhões no estado, contra R$ 4,62 bilhões em 2011/12.

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