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Veranico deve tirar pouco mais de 10 sacas por hectare do potencial produtivo da soja na área de Jalel Bertoti, em Rio Verde (GO) | Albari Rosa/ Gazeta Do Povo
Veranico deve tirar pouco mais de 10 sacas por hectare do potencial produtivo da soja na área de Jalel Bertoti, em Rio Verde (GO)| Foto: Albari Rosa/ Gazeta Do Povo

Goiás tem uma safra de extremos nesta temporada. O estado, um dos mais castigados pela seca dos últimos meses, agora sofre com o excesso de chuvas, conferiu a Expedição Safra Gazeta do Povo em viagem pelo Centro-Oeste e Sudeste brasileiros na última semana. A umidade impede a entrada das máquinas no campo e os produtores temem mais prejuízos. A Federação da Agricultura de Goiás (Faeg) estima que foram comprometidas 1,8 milhão de toneladas de soja e alerta que o impacto do clima pode ser maior caso as chuvas não dêem uma trégua. A colheita de verão se aproxima de 60% do terreno total cultivado com a oleaginosa.

“A produtividade deve ficar abaixo de 45 sacas por hectare. A média histórica é de 50 sacas a 55 sacas por hectare”, lembra o vice-presidente institucional Bartolomeu Braz Pereira.

A quebra na safra goiana ameaça elevar a ociosidade da indústria local e obriga os produtores a renegociar contratos de venda antecipada com as tradings, afirma o executivo. Entre 60% e 70% da produção de soja esperada para este ano foram vendidos antes do fim da colheita.

O impacto da quebra é agravado pelo baixo número de áreas protegidas pelo seguro rural. “As seguradoras não estão enviando técnicos para elaborar os laudos de perdas nas lavouras”, reclama Pereira.

O tombo na agricultura ocorre em um ano de expansão para a soja, que ganhou 10% mais terreno e ocupa 3 milhões de hectares no estado.

No campo, os produtores confirmam perdas, mas os índices médios de produtividade previstos não são tão ruins. É o caso de Jalel Bertoti, um dos prejudicados pelo clima. Dono de 530 hectares cultivados com soja em Rio Verde (Sudoeste), ele apostava que a produtividade da oleaginosa poderia chegar a 70 sacas por hectare. Depois de dois veranicos, que duraram mais de 20 dias durante o desenvolvimento das lavouras, o rendimento atual previsto é de menos de 60 sacas por hectare. “Fiquei surpreso com o resultado das minhas áreas, pois existem talhões de vizinhos que não produziram nem 20 sacas”, diz.

Minas Gerais

Os prejuízos gerados pelo clima em campos mineiros estão mais indefinidos do que em Goiás. A neutralidade do clima – com chuvas irregulares – garante rendimento dentro da média em algumas regiões e prejuízo em outras.

No Triângulo Mineiro, as projeções indicam que a perda será de 30% no potencial de rendimento da soja. Mesmo assim, é possível encontrar áreas que prometem fechar o ciclo com médias acima de 50 sacas por hectare. Ao Norte do estado, as perspectivas indicam rendimentos ligeiramente abaixo dessa marca. O potencial era calculado em 60 sc/ha.

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