Nesta safra, a soja vai ultrapassar a marca histórica registrada no ciclo passado tanto em produção quanto em exportação, aponta a Expedição Safra. O Brasil vai produzir mais de 116 milhões de toneladas e exportar mais de 70 milhões de toneladas da oleaginosa, volume que consolida a posição do país como maior exportador mundial do grão. No ciclo anterior, o País produziu 110 milhões de toneladas e exportou 68 mi (t).
Nesta sexta-feira (6), o coordenador do Núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo, Giovani Ferreira, fez um balanço do setor e apontou as tendências durante o encerramento da 12ª Expedição Safra do projeto. O evento aconteceu dentro do Parque de Exposições Governador Ney Braga, em Londrina (PR), onde ocorre a 58ª edição da ExpoLondrina.
Ferreira afirma que a Expedição Safra, em outubro do ano passado, já projetava uma safra de soja acima das 115 milhões de toneladas. “O mercado e o governo trabalhavam com uma cifra em torno de 110 mi (t). O campo surpreendeu positivamente, principalmente no Matopiba”, explica. Segundo Ferreira, que também é coordenador do projeto, o Brasil deve produzir 89 milhões de toneladas de milho, volume um pouco abaixo do colhido no ciclo passado, mas vai embarcar 32 milhões de toneladas. “Há duas décadas, o Brasil não exportava um grão de milho. O cenário é completamente distinto”, explica.
Para o coordenador da Expedição Safra, os números surpreendentes deste ciclo, principalmente no caso da soja, abrem uma janela de oportunidades para o Brasil, especialmente depois do início da guerra comercial entre China e Estados Unidos. “No ano passado, o Brasil exportou 68 milhões de toneladas, 12 mi (t) a mais que os Estados Unidos, maior produtor mundial. A política protecionista dos Estados Unidos e a recente retaliação da China vão favorecer o Brasil. Não é um cenário permanente, mas é uma janela de oportunidade que precisamos aproveitar”, defende. “No caso do milho, nós exportamos 500 mil toneladas no ano passado para o México. Vamos dobrar de volume neste ano, também resultado da política protecionista do presidente Donald Trump”.
Paraná
O chefe do Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná, Francisco Carlos Simioni, fez uma apresentação sobre a safra paranaense neste ano . Segundo o economista, o ano passado foi excepcional. No entanto, a safra deste ano está acima da média quando comparada com os últimos ciclos. “O Paraná vai colher 39 milhões de toneladas nesta safra, volume 6% acima da média histórica. Na safra de verão nós tivemos alguns problemas relacionados com o clima e a menor safra de milho da história do Paraná”, conta. No ano passado, o estado colheu 41 milhões de toneladas.
Segundo Simioni, entre 2003 e 2017, o Paraná cresceu 15% em área, 25% em produtividade e 45% em produção. “O estado tem produtores extremamente qualificados. É uma agricultura muito profissionalizada”, diz. “Para a safra que vem, a tendência é de recuperação no poder de compra, uma inflação baixa e estabilizada, além de queda na taxa de juros. Nossa luta é para que também haja uma queda nos juros para custeio”, diz. Em relação ao campo, a projeção é que 2018/19 seja semelhante a 17/18. “Vamos ter um aumento da área no milho segunda safra e os cereais de inverno vão depender do desempenho deste ano”.
Tecnologia
As duas últimas apresentações foram sobre tecnologia. Almir Meinerz, presidente-executivo da Spro IT Solutions, falou sobre como os jovens estão voltando para o campo, assumindo os negócios e lançando mão de muita tecnologia. “Agricultura de precisão, biotecnologia, automação, mapeamento por drones, são exemplos de ferramentas que são cada vez mais utilizadas”, conta.
No entanto, para Meinerz, é preciso aplicar cada vez mais tecnologia na gestão. “Os custos estão cada vez mais esmagando as margens. É preciso ter uma gestão completa do negócio, sair da prancheta, do papel de pão. É preciso um software de gestão e controle dentro da propriedade. Não só para controlar a lavoura, mas as outras atividades dentro do contexto, dentro da porteira”, diz. Segundo o executivo, as informações podem ser usadas por agroindústrias e cooperativas. “A informação é uma commodity mais valiosa que petróleo. É o que vai determinar o futuro da atividade”.
Rodrigo Raposo, engenheiro agrônomo da Integrada, disse que a cooperativa está cada vez mais envolvida com a agricultura digital, pautada, principalmente, pela sustentabilidade. “É uma construção, uma revolução em curso, não é só IoT, Big Data, é um conjunto de atividades integradas. E quem não se adaptar está fadado a acabar”, afirma. “Nosso desafio está na redução de custos, fixação de famílias no campo, racionalização dos recursos que inferem na degradação ambiental e no aumento dos lucros das atividades agrícolas”, complementa.
Segundo o engenheiro, a tecnologia vai gerar indicadores técnicos mais precisos. “Vamos usar e aplicar o conhecimento gerado no campo”.
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