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No sistema da Copermutum, cada um dos 18 cooperados envolvidos com suinocultura possui um número de matrizes (de um total de 5 mil) que ficam na unidade produtora de leitões (UPL) da cooperativa. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
No sistema da Copermutum, cada um dos 18 cooperados envolvidos com suinocultura possui um número de matrizes (de um total de 5 mil) que ficam na unidade produtora de leitões (UPL) da cooperativa.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Tapurah e Sorriso formam um quarteto de cidades próximas no interior do Mato Grosso. Elas vivem do agronegócio, foram emancipadas em sequência (entre 1986 e 1989) e foram o berço de pequenas cooperativas agrícolas. Passados quase 30 anos, apenas uma dessas cooperativas continua inteiramente de pé: a Copermutum.

“As de Tapurah e Sorriso sofreram muito durante a crise econômica do Governo Collor (início dos anos 90). Já a Coagril, de Lucas do Rio Verde, teve sua parte de suinocultura encerrada após a integração com a BRF, que se instalou na cidade. Mas aqui em Nova Mutum nós temos um sistema diferente”, afirma o presidente da Copermutum, Valdomiro Ottonelli.

E qual é o segredo dessa cooperativa “à prova de crises”? Tudo começou com 760 matrizes (fêmeas reprodutoras), na virada das décadas de 80 e 90. “Foi uma maneira de diversificar e agregar valor a um produto que não valia nada: o milho”, diz Ottonelli. Ele explica que, com os suínos, os agricultores ganharam com o fornecimento para a produção de rações. Além disso, “a Frimesa nos deu apoio operacional para alavancar o negócio”.

Com a evolução do número de leitões, Nova Mutum conseguiu criar seu próprio frigorífico: o Excelência. E é aí que entra a “integração às avessas”, nas palavras de Ottoneli. Quem “dita as regras” para ceder os leitões não é o frigorífico.

No sistema da Copermutum, cada um dos 18 cooperados envolvidos com suinocultura possui um número de matrizes (de um total de 5 mil) que ficam na unidade produtora de leitões (UPL) da cooperativa. Conforme a quantidade de fêmeas que detêm, os produtores recebem proporcionalmente um número de leitões da UPL para engorda e venda ao frigorífico local, que hoje abate em é dia 2,5 mil suínos por dia, segundo Ottoneli.

Além disso, para alimentar os animais que ficam na UPL e nas propriedades dos cooperados, a Copermutum produz ração a partir do milho de produtores cooperados.

Uma dessas famílias cooperadas é a Uggeri. A propriedade de 10 mil hectares é uma prova de que o sistema deu certo, já que os Uggeri são pioneiros na suinocultura de Nova Mutum. “Meu irmão Alcindo foi um dos fundadores da cooperativa”, afirma Algeu Uggeri, um dos responsáveis pela propriedade.

A família engorda cerca de 4,8 mil leitões e está construindo novos pavilhões. “Queremos ter 6,8 mil até 2018”, diz o irmão mais novo - Alcindo tem 78 anos e Algeu 68.

A estrutura é de alta tecnologia e segue padrões técnicos da Copermutum. Os Uggeri, por exemplo, utilizam a coleta de dejetos para a produção de biofertilizantes para o pasto para a pecuária bovina. “Na fazenda tem de acontecer um investimento proporcional ao feito na granja [que produz os leitões a serem engordados]”, exemplifica o presidente Ottoneli.

É uma maneira de garantir sequência à produção, além de manter a cooperativa unida e, com a aposta na diversificação da produção dos cooperados (com milho, soja e suínos), se manter blindada contra crises.

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