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O hambúrguer “meio-vegano” da Tyson Foods promete ter pela frente um mercado em crescimento nos EUA.
O hambúrguer “meio-vegano” da Tyson Foods promete ter pela frente um mercado em crescimento nos EUA.| Foto: Tyson Foods/Reprodução

A Tyson Foods, maior processadora de carnes dos EUA, anunciou que quer entrar no mercado de proteínas veganas, um dos mais aquecidos hoje entre consumidores e investidores. A gigante da carne tem como objetivo satisfazer as demandas dos chamados “flexitarianos”, um segmento em franco crescimento de pessoas que comem carne, mas que estão cortando a proteína animal e adicionando mais proteínas à base de vegetais em suas dietas. A solução encontrada pela Tyson para ganhar esse novo mercado dé um hambúrguer feito metade com ervilha e metade com carne Angus.

Naquela que pode ser a maior investida no crescente mercado alternativo de proteínas neste ano, a Tyson disse que vai estrear as bases híbridas de carne e uma série de outros produtos relacionados ainda em 2019 em supermercados e restaurantes. O executivo-chefe Noel White disse que espera que essa linha se torne uma "marca de bilhões de dólares" e que a empresa se torne líder no mercado.

A empresa está se juntando a outras que correram para o mercado de carne alternativa depois que a oferta pública inicial de ações da Beyond Meat – fabricante de carne vegetal –, em maio, deixou as companhias tradicionais em desvantagem. A Tyson, ainda por cima, vendeu sua participação na Beyond pouco antes da estonteante estreia desta última na Bolsa de Valores. Além disso, as ações da Meat subiram mais de cinco vezes desde que começaram a ser negociadas. Já as ações da Tyson cresceram até 3,8% nas negociações pré-mercado. Na última terça-feira (13), as ações da Beyond Meat cairam 7,5% a partir das 7:24 da manhã em Nova York, embora o preço delas tenha subido mais de cinco vezes desde a oferta pública em maio.

A Tyson produz um quinto do frango, carne bovina e suína dos Estados Unidos. Mais de 60% dos consumidores estão ativamente adicionando proteínas às suas dietas, e 75% estão abertos a incluir proteínas à base de carne e vegetais, de acordo com Noelle O'Mara, diretora de marketing da Tyson. Para proteínas baseadas em plantas, especificamente, 40% dos consumidores as querem mais em sua dieta.

O hambúrguer híbrido da Tyson, vendido sob a marca Raised & Rooted, deve chegar aos consumidores no próximo outono nos EUA. Outros novos produtos que a empresa planeja oferecer incluem salsichas e almôndegas feitas de uma mistura de frango com vegetais sob o selo Aidells Whole Blends. A Tyson também está introduzindo um substituto de nuggets de galinha à base de plantas, que chegará ao mercado no verão. A Tyson poderá levar os produtos ao mercado, que estão em fase de desenvolvimento, em menos de um ano, e a empresa nem precisou fazer investimentos extras para produzi-los, segundo Justin Whitmore, diretor de sustentabilidade e chefe do setor de proteína alternativa.

Whitmore não informou sobre preços, o tamanho dos investimentos ou forneceu detalhes sobre os clientes da nova linha. No entanto, os novos produtos já estão chegando a diversos grandes varejistas, onde os consumidores compram regularmente. O hambúrguer e as salsichas combinadas são uma mudança notável em relação aos rivais vegetarianos puristas da empresa, ou seja, os produtos da Beyond Meat e da Impossible Foods.

Mais saudável

A Tyson está fazendo um aceno para tornar sua linha mais “saudável” com os novos produtos. Os hambúrgueres híbridos feitos de carne de Angus e um isolado de proteína de ervilha têm menos calorias e menos gordura saturada do que outros hambúrgueres puros à base de vegetais no mercado, segundo Whitmore.

A mudança também se encaixa nas metas de sustentabilidade da gigante americana da carne bovina, uma proteína que há muito resistiu a ataques de ambientalistas, que dizem que a indústria contribui fortemente para as emissões de gases do efeito estufa. A Tyson prometeu recentemente reduzir as emissões em 30% até 2030. "Nós nos preocupamos profundamente com todas as proteínas e o que é preciso para sermos o mais eficiente possível", concluiu o executivo.

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