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| Foto: Leticia Akemi/Gazeta do Povo

Não são apenas os veganos.

A venda de alimentos vegetais que “copiam” os originais, como carne e leite, aumentou 20% no ano passado nos Estados Unidos, alcançando mais de US$ 3,3 bilhões, segundo uma pesquisa da Nielsen e da Associação Americana de Plant Based Foods (PBFA).

A venda de “leites alternativos” ao leite da vaca aumentou 9% no ano passado, alcançando faturamento de US$ 1,6 bilhão, o que faz desse segmento o maior, em termos de receita. A produção de creme de leite vegetal cresceu 131%, com vendas de US$ 109 milhões; queijos à base de plantas expandiram 43%, faturando US$ 124 milhões, enquanto as vendas de iogurtes “verdes” aumentaram 55%, gerando receitas de US$ 162 milhões. Até mesmo as carnes vegetais ganharam mercado, crescendo 24% e faturando US$ 670 milhões. No mesmo ano, as vendas de leite de vaca caíram 6%.

“Esses alimentos estão agora na moda”, diz Michele Simon, diretora-executiva da PBFA. “Eles já não são apenas para um pequeno nicho de veganos ou vegetarianos”.

Os consumidores não estão necessariamente abrindo mão do leite de vaca por um produto vegetal. Quase 9 de cada 10 lares que consomem o produto alternativo também compram o leite tradicional, segundo levantamento do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Dados do aplicativo de contagem de calorias Lose It! Apontam que 16% dos consumidores de leite vegetal também tomam leite de vaca.

Flexitarianos

A empresa Sweet Earth Enlightened Foods, que vende produtos com presuntos e queijos veganos e vegetarianos, diz que novos consumidores estão chegando. “Cinco anos atrás muitos dos nossos consumidores se autoproclamavam veganos ou vegetarianos, com alguns poucos “flexitarianos” (que ocasionalmente comem carne ou peixe)”, revela Kelly Swette, diretor da empresa Sweet Earth. “Mais e mais existem consumidores inclinados a ingerir menos carnes”, completa.

Gigantes do setor alimentício estão chegando a esse Mercado. A Campbell, famosa por suas sopas, agora também vende leite de ervilha. “Introduzimos esse produto no mercado para dar às pessoas uma alternativa tanto ao leite convencional como aos semidesnatados”, afirma Anita Shaffer, diretora global de Programas de Nutrição da Campbell.

“O colesterol e a gordura saturada são as duas principais coisas que os consumidores tentam evitar ao reduzir o consumo de carne”, diz Will Shafer, vice-presidente de Marketing da Beyond Meat.

Um hambúrguer de 110 gramas de carne magra tem cerca de 80 miligramas de colesterol e 9 gramas de gordura saturada. O equivalente da empresa Beyond Meat, feito com proteína de ervilha e suco de beterraba (que faz o produto “sangrar” ao ir para o fogo), tem zero de colesterol e 5 gramas de gordura saturada.

A empresa sempre mirou nas pessoas que comem carne. Uma pesquisa própria de mercado apontou que mais de metade de seus clientes são onívoros. “Os consumidores estão atrás de algo que lhes dê o bônus da experiência de comer carne, mas sem o ônus para a saúde”, diz Schafer. “Ou, como eu gosto de dizer, é para comer hambúrguer sem sentir culpa”.

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