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Fundos de pensão estatais detêm  22% das ações da BRF | Arquivo / Gazeta do Povo
Fundos de pensão estatais detêm 22% das ações da BRF| Foto: Arquivo / Gazeta do Povo

Mais uma reviravolta na queda de braço entre os fundos de pensão Petros (Petrobras) e Previ (Banco do Brasil) com o empresário Abilio Diniz pelo comando da BRF, maior processadora de alimentos do País.

Cinco executivos solicitaram à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) que seus nomes sejam excluídos da chapa montada por Diniz para o conselho de administração da BRF. São eles: Augusto Cruz, Walter Malieni, José Luiz Osório, Roberto Mendes e Vasco Dias.

A chapa foi proposta na semana passada pelo atual colegiado da gigante de alimentos, no qual Abilio e seus aliados detém a maioria dos votos, depois de o empresário e os fundos de pensão Petros (Petrobras) e Previ (Banco do Brasil) não chegarem a um acordo sobre a nova composição para o conselho.

Abilio e os fundos estão guerra pelo comando da BRF desde que as ações da companhia despencaram em razão dos prejuízos operacionais e das investigações da Operação Carne Fraca.

Depois de dois dias de discussões infrutíferas, Abilio utilizou o comando que tem no conselho para aprovar a chapa alternativa e usou como estratégia incluir alguns nomes que já haviam sido sugeridos pelos fundos.

Os cinco executivos fazem parte da primeira chapa proposta pelos fundos e que será votada pelos acionistas na assembleia marcada para o próximo dia 26.

“Já estou em outra”

“Tomei essa decisão porque não fui consultado e porque já estou engajado com a chapa proposta pelos fundos. O grupo reuniu condições de fazer o trabalho de que a empresa precisa”, disse Augusto Cruz, presidente do conselho da BR Distribuidora.

O executivo foi convidado por Petros e Previ para suceder Abilio no comando do conselho. Ele já presidiu o Pão de Açúcar, empresa vendida pela família Diniz ao grupo francês Casino, e é um desafeto do empresário. Na chapa de Abilio, seu nome seria mantido, mas a presidência do colegiado ficaria com Luiz Fernando Furlan, ex-ministro do Desenvolvimento e herdeiro da Sadia.

Peter Taylor, gestor do fundo britânico Aberdeen, também acionista da BRF, manifestou ontem apoio à chapa dos fundos e disse ter sido informado que os conselheiros foram incluídos sem ser consultados.

Com as desistências, tornam-se reduzidas as chances de os acionistas da BRF terem de escolher entre duas chapas concorrentes, pois o tempo é exíguo para Abilio encontrar nomes alternativos. O empresário pode ainda pedir voto múltiplo, o que significa que cada conselheiro seria aprovado pela assembleia separadamente.

No centro do problema, está a insistência de Abilio em exigir a saída do advogado Francisco Petros, representante da Petros, da relação para o conselho. A Petros já manifestou que não abre mão de mantê-lo e não vê motivo para trocá-lo. Ele figura como vice-presidente da chapa apresentada pelos fundos.

Petros e Previ pretendem ainda chegar a um acerto com Abilio, que vem sendo representado nas conversas por Eduardo Rossi, executivo da Península. Apesar de juntos terem participação de 22% - superior a de Abilio e Tarpon, que possuem cerca de 12,5% - os fundos de pensão preferem o consenso. Temem que a disputa aberta na assembleia leve a um desfecho incerto.

Procurados, Abilio, BRF, Francisco Petros, os fundos de pensão Previ e Petros não comentam. Em nota, CVM disse que foi comunicada e a questão será analisada em processo.

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