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O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, anunciou a abertura do mercado da Índia para a carne suína brasileira. A informação foi divulgada via WhatsApp nesta terça-feira (25) e publicada hoje à tarde no site do Ministério. “Agora, compete ao setor privado brasileiro atuar para que as exportações aconteçam e que o produto seja bem recebido pelos consumidores indianos”, comentou o ministro.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa o setor de aves e suínos no País, comemorou a possibilidade de exportar a carne e derivados suínos para o mercado indiano, de 1,3 bilhão de habitantes e que tem restrições ao consumo de proteína bovina por motivos culturais e religiosos. O Brasil vai concorrer com a Bélgica, principal fornecedor de carne suína à Índia.

Segundo o presidente da Associação, Francisco Turra, as negociações com a Índia se iniciaram há quatro anos a partir de um pedido da própria ABPA ao ministério. “Se por um lado é uma vitória para o Brasil, por outro é o reconhecimento da capacidade brasileira de ofertar produtos com excelência acerca da qualidade dos produtos e do preservado status sanitário, especialmente neste momento em que diversas nações produtoras sofrem com incontáveis focos de peste suína africana”, afirmou Turra em comunicado divulgado à imprensa.

Segundo país mais populoso do mundo, atrás apenas da China, a Índia passa por um processo de desenvolvimento e urbanização, com potencial para aumentar o consumo de carne, de acordo com a ABPA. Para Ricardo Santin, diretor-executivo da associação, a carne suína brasileira pode ocupar espaços em que os produtores indianos não estão presentes, com o mercado de food service para hotéis, por exemplo.

De modo geral, a notícia foi avaliada como “excelente” pelo setor, que agora começa a negociar os acordos entre as empresas brasileiras e indianas para viabilizar as exportações. Para o presidente da ACAV/Sindicarne, de Santa Catarina, José Antonio de Ribas Junior, o comércio com a Índia e outros países asiáticos é a saída para a suinocultura brasileira expandir e diversificar mercados. “Não é só pelo volume de carne que pode ser exportada, mas também porque estamos mostrando que produzimos um produto de excelente qualidade”, diz.

Alíquota

A alíquota do imposto de importação para esse tipo de produto na Índia é de 30%, segundo o Ministério da Agricultura. No último mês, o governo indiano já havia autorizado a importação do Brasil de embriões bovinos “in vitro”. O governo destacou que isso foi uma conquista do mercado nacional, já que a Índia historicamente sempre foi fornecedora de material genético zebuíno ao Brasil.

Em nota, o secretário de Relações Internacionais do Agronegócio do Mapa, Odilson Ribeiro e Silva, destacou o crescimento das exportações brasileiras do setor do agronegócio para o país oriental, que mais que dobraram (113,9%) entre janeiro e agosto deste ano, em comparação com igual período do ano passado.

Rússia

A notícia da abertura do mercado indiano veio em boa hora, já que a suinocultura brasileira sofreu alguns percalços ao longo deste ano, com o fechamento do mercado russo e com operações como a “Carne Fraca” e “Trapaça”, da Polícia Federal, que abalaram a credibilidade do setor de carnes brasileiro, além do aumento do custo do frete após a greve dos caminhoneiros e a alta do dólar, que inflacionou o preço do milho e da soja, principais insumos da suinocultura.

Para 2019, com os novos mercados do oriente – que incluem Coreia do Sul e Japão – espera-se que o país fique menos dependente das exportações para a Rússia. “Estamos otimistas de que num prazo médio os primeiros embarques comecem a acontecer. Hoje a participação do suíno brasileiro no mercado mundial é de apenas 2%. Temos muito potencial para crescer”, diz Ribas.

Apesar de ser difícil estimar uma data para o início das exportações, ele acredita que, por experiência, entre 90 e 120 dias os primeiros embarques de carne suína brasileira estejam partindo rumo à Índia.

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