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Renegado

Setor que mais cresce fica de fora da maior feira de franquias do Brasil

Entre as mil associadas da Associação Brasileira de Franchising, apenas duas atuam no agronegócio. Especialista dá dicas para aproximar os setores

Agronegócio ainda é raridade em feiras de franquias | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Agronegócio ainda é raridade em feiras de franquias (Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo)

Ao caminhar pelos 31 mil m² da ABF Franchising Expo, maior feira de franquias do Brasil que acontece em São Paulo até sábado (24), o visitante pode procurar, mas não vai encontrar: das 400 marcas expositoras, nenhuma atua no agronegócio brasileiro.

Na verdade, apenas duas das mil redes associadas à Associação Brasileira de Franchising (ABF) são do agronegócio. Considerando que a agropecuária tirou o Brasil da recessão, com crescimento de 13,4% no primeiro trimestre, não seria natural que o setor tivesse maior representação?

“O franchising é novo para o agronegócio. Quem está fazendo essa aproximação são as novas gerações, as mesmas que estão trazendo mais tecnologia, gestão e desenvolvimento de produtos”, justifica a diretora regional da ABF no Sul do Brasil, Fabiana Estrela.

A especialista diz que a ausência de franquias agro não é uma exclusividade brasileira. “O agronegócio precisa se diferenciar para ser mais que um fornecedor de commodities e está se dando conta disso. Essa é uma oportunidade para o sistema de franquias”, opina.

Franquias do agronegócio: de onde vem, o que fazem?

A única marca que tem ligação com o agronegócio na feira da ABF é a mexicana Amar Hidroponia, que sequer atua no Brasil. A empresa tem 17 anos e promove franquias em áreas rurais para incentivar a produção e a venda de produtos hidropônicos com técnicas acessíveis para produtores de baixa renda. “Eles vieram conhecer negócios que sejam de interesse para a região de atuação deles”, explica a diretora da ABF.

As duas únicas franquias do agronegócio associadas à entidade são a Dow Agrosciences, de São Paulo, e a H2orta, do Rio Grande do Sul. A primeira tem foco no fornecimento de serviços de controle de pragas a partir da biotecnologia. Já a H2orta fornece saladas hidropônicas a supermercados, sendo que as unidades da franquia atendem ao varejo da região onde estão instaladas.

“É como uma franquia industrial, mas sem maquinário. A empresa vende a tecnologia do processo de hidroponia para embalagem, e o franqueado faz o fornecimento para o mercado”, explica Fabiana Estrela, que apoiou a empresa durante o processo de associação à ABF.

Outras duas empresas que trabalham com franquias e agronegócio são a MasterGeo e a Geeap, ambas de Minas Gerais. A Geaap fornece serviços de agricultura de precisão. Já a Mastergeo oferece serviços de análise de terrenos.

Segundo Estrela, é importante que o agronegócio compreenda que é possível tanto fornecer soluções para o consumidor quanto para outras empresas - como é o caso da H2orta. “Elas podem ser fornecedoras até mesmo do próprio sistema de franchising, que tem forte atuação na área de fastfood e alimentação em geral”, indica a diretora. Ela sugere que as empresas avaliem diferentes modelos para prospectar mais negócios.

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