• Carregando...
Navio carrega soja em Santarém (PA) para abastecer a China. Brasil chega a redesenhar logística de produção e escoamento para atender país asiático. | Giovani Ferreira/Gazeta do Povo
Navio carrega soja em Santarém (PA) para abastecer a China. Brasil chega a redesenhar logística de produção e escoamento para atender país asiático.| Foto: Giovani Ferreira/Gazeta do Povo

O caso da soja é pragmático. O comércio mundial cresceu 278% nas últimas duas décadas, mas, desconsiderando a China, esse número cai para 38%.

Guillermo Rossi analista argentino.

Essa turbulência do mercado não é desprezível, mas até agora ela não impactou a demanda chinesa por soja. A tendência de crescimento.

França Junioranalista brasileiro.

100 milhões

de habitantes a mais vivem na China, mostra comparação entre estatísticas de 2000 e 2010. Avanços da economia ampliam demanda da população de 1,34 bilhão de pessoas por proteína.

18%

das importações agropecuárias da China saem do Brasil. E 75% da soja exportada pelo Brasil em 2015 (ou 41 milhões de t) foram para a China. Em 2014, eram 71%. Relação se fortaleceu e agora representa fator de risco.

5,5%

de aumento no preço da soja foram registrados neste ano no Paraná, mesmo com solavanco nas bolsas de valores. Em Mato Grosso, houve reajustes de até 20% em regiões com perdas climáticas.

Uma semana depois do solavanco nas bolsas de valores provocado pela China, as cotações globais das commodities agrícolas –que influenciam diretamente a economia brasileira e se pautam na demanda chinesa – recuperaram perdas com folga. O ano começou com baixa 1% na soja e de 2% no milho no primeiro dia útil (4/jan), mas o saldo (descontada essa baixa) chega a 2% e 3,5%, respectivamente, nos contratos futuros da Bolsa de Chicago com entrega prevista para março e maio (auge da colheita brasileira).

Meta é ampliar, mas também diversificar

O peso do agronegócio na balança comercial cresceu no Brasil, refletindo maior influência da China. Passou de 37,9% em 2010 para 46,2% no último ano, conforme o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Entre esses dois anos, as exportações agro mais que dobraram e, em 2016, devem passar de R$ 350 bilhões, afirma projeção do Mapa.

Leia a matéria completa

O quadro permite que o Brasil registre altas acima desses patamares, uma promessa de aumento na receita bruta da agricultura. A valorização de 2,5% do dólar ante o real eleva os valores pagos ao agricultor brasileiro. No Paraná, os preços do mercado físico subiram 5,5% para soja e 12,8% para o milho ante a média de dezembro. A oleaginosa chega a R$ 70 e o cereal a R$ 27 por saca de 60 quilos. Em Mato Grosso, onde notícias de perdas se consolidam com o início da colheita, houve altas de até 20% em uma semana.

A queda nas cotações da soja e do milho no início do ano mostrou ser reflexo de um momento de incerteza. “Esses soluços do mercado refletem a ideia de que a China está desacelerando mais forte do que se esperava”, pontua o diretor-técnico da Informa Economics FNP, José Vicente Ferraz.

Para o analista de mercado Flávio França Junior, trata-se de um comportamento de aversão aos riscos. “Em meio à incerteza os investidores buscaram ativos mais seguros, como o dólar”, exemplifica.

Assim, o fator cambial assume peso decisivo para garantir sustentação as cotações da oleaginosa. O yuan acumula desvalorização de 4% frente ao dólar, mas registra alta de 42% frente ao real. Isso amplia o poder de compra chinês no Brasil, favorecendo um redirecionamento da demanda.

Perto de 80% do crescimento do mercado da soja, que foi de 278% em duas décadas, devem-se à China, aponta o analista da Bolsa de Comércio de Rosário Guillermo Rossi.

Relatórios vão reassentar cotações

Na boca da colheita brasileira, dois relatórios devem reassentar as cotações da soja e do milho, num mercado mais atento à economia chinesa. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) solta nesta terça-feira (12) o quarto levantamento da safra de grãos 2015/16, que mede impacto da seca em Mato Grosso, maior produtor da oleaginosa no país. A falt

Leia a matéria completa

Mesmo com as mudanças os especialistas descartam uma queda na demanda. “Ninguém está falando em recessão. A importação chinesa vai crescer menos, mas não quer dizer que vai retrair”, argumenta Ferraz, da Informa Economics. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), estima salto de 3% nas compras chinesas em relação à temporada 2014/15, chegando a 80,5 milhões de toneladas neste ciclo.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]