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Seis mil pessoas de praticamente todos os municípios do estado desembarcam esta semana em Curitiba e região para dois grandes eventos. Encontros festivos, comemorativos e que simbolizam o encerramento do ano de dois segmentos ou entidades de representação do estado. Uma das agendas, o Encontro Estadual dos Cooperativistas Paranaenses, ocorre na quinta-feira. O outro, do Empreendedor Rural, será na sexta-feira. É o interior, o campo e o agronegócio que invadem Curitiba. Em comum, nas duas pautas, o público, que se complementa e se completa, em uma sinergia única e singular.

Eles são em sua maioria produtores rurais, famílias inteiras dedicadas a produzir, empreender e cooperar. São filiados ao Sistema Faep, da Federação da Agricultura do Paraná, e ao Sistema Ocepar, da Organização das Cooperativas do Paraná. Ou então, o que é mais comum, integram os dois modelos, quase que uma dupla representação. São classistas, através dos sindicatos rurais de produtores. E cooperados, quando participam das cooperativas de produção agropecuária. Mas eles são, acima de tudo, agricultores e pecuaristas. Têm sangue e DNA de produtores rurais.

O fato que merece destaque, no entanto, não é necessariamente a orientação política de organização. Mas a base e a origem desse parcela da sociedade. Minoria, em comparação à massa da população concentrada nos centros urbanos. Mas têm participação crescente e cada vez mais relevante na economia. Atualmente, mais de 35% do Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná vem do campo, tem origem no meio rural, considerando-se toda a cadeia do agronegócio, do início ao fim. Estamos falando de um setor vital, diria que condição ao desenvolvimento do estado.

E nesta semana esse povo está, na capital, e merece não apenas a lembrança nesta coluna como a reverência do estado e da população. Não apenas porque coloca o alimento à mesa, garante o abastecimento e a segurança alimentar. Porque hoje é fundamental à geração de emprego e renda, garante divisas comerciais e promove a dignidade, no urbano e no rural. Para cada oito famílias que vivem na cidade, existem somente duas no campo. Uma relação desproporcional que só faz aumentar a responsabilidade do produtor rural. Bem como a necessidade de se fazer mais com menos, de empreender e cooperar.

Segundo a FAO/ONU, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, em 2020 seremos 7,5 bilhões de pessoas. Até lá, a disponibilidade de área agricultável no planeta será de 1,8 hectare/habitante. Em 2000, quando éramos 6 bilhões, existiam 2,2 hectares per capita. Ou seja, para alimentar o mundo será necessário muito mais do que terra, mas inovação e tecnologia, com soluções sustentáveis e empreendedoras de produção e organização. Vamos precisar de mais gente fazendo o que Faep e Ocepar fazem há tempos. Aliás, o que o produtor e o cooperado estão fazendo. O que o paranaense está fazendo: a diferença neste momento de crise política e econômica que assola do Brasil.

Para cooperar

Os convidados da Ocepar se reúnem no dia 3 no Teatro Positivo. São esperadas 1,5 mil pessoas, representantes de cooperativas espalhadas por todo o Paraná. Na ocasião o sistema apresenta um balanço financeiro e social do ano 2015, quando as 233 cooperativas registraram faturamento bruto de R$ 55 bilhões. Apesar do agravamento da crise econômica, o resultado foi 10% superior ao do ano passado, mesma variação registrada no desempenho de 2014. Perto de 95% do faturamento das cooperativas vem do ramo agropecuário, que tem como principal fonte de renda a cadeia produtiva da produção e transformação de carnes e commodities agrícolas, em especial soja, milho e cereais de inverno.

Para empreender

O encontro da Faep, que pretende reunir 4,5 mil pessoas, será no dia 4, no ExpoTrade Pinhas. Serão conhecidos os três vencedores, entre dez finalistas selecionados pelo Programa Empreendedor Rural (PER).

As iniciativas de empreendedorismo são exigência para conclusão dos cursos do PER, que são promovidos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-PR). Neste ano, foram 707 concluintes, com 99 projetos inscritos.

O que chamou a atenção na temporada atual, realidade que ganha espaço nas últimas edições, é a presença das mulheres. Dos dez projetos finalistas, sete foram inovações apresentadas por elas. O exemplo do Paraná com o PER se espalhou por 14 estados brasileiros.

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