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Pecuária

Briga da peste suína resolve a da aftosa

Barreiras exigidas pelo Ministério da Agricultura para suinocultura são as mesmas aguardadas para controle do trânsito de bovinos

Com participação limitada nas vendas externas, suínos do Paraná acabam sendo destinados ao mercado interno. |
Com participação limitada nas vendas externas, suínos do Paraná acabam sendo destinados ao mercado interno. (Foto: )

O esforço que o Paraná promete fazer para ganhar reconhecimento internacional de área livre de peste suína sem vacinação em 2016 deve atender também exigências relacionadas à aftosa, discutidas há uma década. A estrutura de controle sobre o trânsito de animais necessária para uma região ser reconhecida como área livre da aftosa sem aplicação de vacinas é a mesma da peste suína, afirma o diretor de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Guilherme Marques.

O Mapa pressiona o Paraná a contratar 169 servidores já concursados para a Agência de Defesa Agropecuária (Adapar) e a estruturar 23 postos de vigilância nas divisas do estado. Essas medidas vêm sendo adiadas desde a gestão estadual passada.

O clima é de corrida contra o tempo. “Vamos contratar os servidores em 2 de maio... Na sequência, decidiremos no Conesa [Conselho de Sanidade Agropecuária] se a vacinação de maio contra a aftosa será a última. Se considerarmos que isso é possível, 100% do rebanho terá de ser vacinado, pela última vez”, afirma o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara. Ele sustenta que o estado pode decidir pela suspensão da vacina antes do reconhecimento de área livre do Mapa ou da Organização Mundial de Saúde Animal.

Neste momento, a iniciativa privada pressiona o estado a investir em sanidade para ampliar a exportação de carne suína. As cooperativas Batavo, Castrolanda e Capal, dos Campos Gerais, acabam de inaugurar frigorífico de R$ 200 milhões, já com meta de dobrar o abate diário e chegar a 5 mil suínos por dia. A planta nasce com objetivo de ampliar faturamento de R$ 500 milhões para R$ 1 bilhão ao ano. No Oeste do estado, a Frimesa investe mais de R$ 450 milhões, numa planta em Assis Chateaubriand, que deve operar em 2016. O frigorífico vai abater 7 mil suínos ao dia e pode chegar a 14 mil ao dia.

As indústrias da carne bovina, por sua vez, dependem de reestruturação de toda a cadeia para redirecionarem os frigoríficos à exportação, dez anos depois da crise da aftosa.

R$ 650 milhõesestão sendo aplicados em dois frigoríficos de carne suína, um nos Campos Gerais e outro no Oeste, que vão depender de aumento nas exportações de estado. Investimento público em defesa sanitária torna-se crucial para sustentar os investimentos das cooperativas em indústrias e para a própria cadeia produtiva.

Barreirasnas divisas podem garantir status de área livre de peste suína sem vacina e também levar à suspensão da vacinação de 9,4 milhões de bovinos contra a febre aftosa, antes mesmo de reconhecimento do Ministério da Agricultura.

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