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O embaixador da China no Brasil, Li Jinzhang, reafirmou nesta quinta-feira (6), em São Paulo, a declaração já dada pelo presidente chinês, Xi Jinping, ao dizer que “ama a carne brasileira”. Mas, a depender da avaliação do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, esse “amor” não se comprova na prática.

Ao deixar o seminário Brasil-China, realizado na capital paulista, o ministro disse que não há nenhuma sinalização de que haverá redução ou retirada das tarifas antidumping aplicadas pela China no início de junho - que vão de 18% a 38% do valor dos contratos.

Maggi afirmou que percebe uma “má vontade” por parte dos chineses em negociar barreiras comerciais impostas pelo país asiático à compra de produtos do Brasil. “Eles olham muito o mercado interno e, na iminência de qualquer risco à produção deles, se retraem”.

Segundo o ministro, antes de as tarifas antidumping serem aplicadas sobre o frango brasileiro, “houve uma certa garantia de que elas não iriam acontecer, mas aconteceram”.

Sobre a abertura de um painel na Organização Mundial de Comércio (OMC) para contestar o caso, Maggi afirmou que já foi feita análise no governo e estudos comprovaram que há possibilidade de o Brasil sair vitorioso nos questionamentos que serão levantados, sobre barreiras chinesas ao açúcar e ao frango do Brasil. “Recebemos a autorização para seguir à OMC e levaremos para frente esta consulta”, disse.

Vantagem americana

Como resultado da guerra comercial entre China e Estados Unidos, os exportadores norte-americanos já estão mais competitivos que os brasileiros no mercado europeu e “isso vai se agravar”, disse Maggi.

Ele explicou que, no início, este movimento passava despercebido porque as empresas brasileiras e norte-americanas têm contratos já firmados a cumprir, mas, com o passar dos meses, na hora de renovar esses contratos, os compradores vão olhar a diferença de preços entre os dois países e podem dar preferência aos Estados Unidos.

“Eles podem ampliar o fornecimento de carnes, soja, farelo e óleo. Nosso temor é que eles ganhem o mercado europeu e, logo em seguida, voltem às relações com a China. Se isso acontecer, os americanos ficarão com uma vasta parcela da soja, derivados (e carnes) que, inicialmente, seria do Brasil”, explicou o ministro.

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