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Problemas como a entrega de menor volume de ração por empresas a seus integrados e antecipação de abate para diminuir os custos já são encontrados no estado | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Problemas como a entrega de menor volume de ração por empresas a seus integrados e antecipação de abate para diminuir os custos já são encontrados no estado| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Produtores de frango no Paraná encontram dificuldades para manter a alimentação normal dos animais. Os preços altos que incentivaram a exportação da safra de verão agora começam a refletir na escassez do produto no mercado interno. Problemas como a entrega de menor volume de ração por empresas a seus integrados e antecipação de abate para diminuir os custos já são encontrados no estado.

Produtora de frango em Cascavel, Zelinda Daga tem 16 mil animais em seu aviário. Eles normalmente consomem mais de duas toneladas de ração por dia. Desde a semana passada, no entanto, ela relata que o volume de ração que era de 12 toneladas por entrega, agora é de seis. “Os animais aqui são recolhidos geralmente com 49 dias, mas desta vez serão entregues com 43 dias [para reduzir custos]. Enquanto não normalizarem o abastecimento, não vamos alojar mais animais”, relata.

O presidente da Associação Paranaense de Avicultura, Cláudio Casagrande, diz que na região de Castro está difícil encontrar milho disponível. A saca que custava cerca de R$ 20 um ano atrás agora custa mais de R$ 50. Ele conta que no início do ano os custos para fazer um quilo de ração ficavam em torno de R$ 0,64, mas que agora está em torno de R$ 1,20 o quilo. “A granja de postura está antecipando o descarte. A galinha que tínhamos intenção de vender somente em dezembro, estamos vendendo agora. O que ela produz, não paga a comida que come”, conta ele que também é produtor.

Safrinha

A safrinha de milho que começa a ser colhida nos próximos dias pode representar um alento ao mercado. O analista de mercado da Agroeste Camilo Motter, no entanto, enfatiza que nos preços do grão o fato deve mexer pouco. “Mesmo com a colheita que temos agora, não vai satisfazer o mercado, porque teremos uma quebra. Das 57 milhões previstas, teremos perda de 7 a 8 milhões de toneladas. O mercado deve seguir firme e não vai cair como a indústria gostaria de ver”, prevê.

Ildeu Carlos Canale Junior, gerente das fábricas de rações da GTFoods, diz que para a empresa não faltou milho porque houve planejamento e importação de 90 mil toneladas do grão da Argentina. Ele alerta que a empresa está preocupada com a possível quebra do milho safrinha, mas que há alternativas para contornar a escassez. “Estamos preocupados, acreditamos que talvez não haja quebra. Mas já fechamos contrato de abastecimento para fornecer garantias ao parceiro que plantar no futuro e garantir o nosso abastecimento. Daqui pra frente é pensar em parceria”, explica.

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