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Média alcançada nos Campos Gerais, próxima de 30 litros de leite por vaca ao dia, será referência no centro-sul paulista | Josua© Teixeira/gazeta Do Povo
Média alcançada nos Campos Gerais, próxima de 30 litros de leite por vaca ao dia, será referência no centro-sul paulista| Foto: Josua© Teixeira/gazeta Do Povo
  • Produção deve responder à ampliação das fábricas

A tradição na pecuária leiteira e os resultados consolidados na última década pelas três cooperativas paranaenses da chamada Bacia do ABC – a Capal, de Arapoti, a Batavo, de Carambeí, e a Castrolanda, de Castro – viraram moeda de troca e permitem a ampliação dos negócios além das divisas do Paraná. Referência nacional no setor, o trio firmou convênio operacional há 60 dias e já está participando da gestão da Cooperativa de Laticínios de Sorocaba (Colaso), no centro-sul de São Paulo. Ajudam a elevar a produtividade registrada pelos pecuaristas integrados e, em compensação, ganham acesso facilitado ao mercado da Grande São Paulo.

A parceria, que não envolve dinheiro, foi sugestão da empresa paulista, que tem a intenção de alcançar rendimento equivalente ao das cooperativas holandesas do ABC, de perto de 30 litros ao dia por vaca leiteira. Na prática, o negócio, considerado inédito entre cooperativas, envolve a transferência de tecnologia e participação na gestão, principalmente no trato com os produtores.

Produção deve responder à ampliação das fábricas

“A Colaso tem deficiência na gestão e no trabalho da bacia leiteira. Nos últimos anos, investiram pouco no fomento, assistência técnica e oferta de insumos aos produtores”, pondera Henrique Costales Junqueira, gerente de negócios leite da Castrolanda. “As cooperativas do Paraná são especialistas e vão nos ajudar a produzir mais”, afirma Antonio Julião Bezerra Damásio, presidente da Colaso.

Do lado paranaense, o interesse está na força da marca Colaso no varejo paulistano. Castrolanda, Batavo e Capal estão em fase de final da construção de uma Unidade de Beneficiamento de Leite (UBL) na cidade de Itapetininga, também no interior paulista, de olho no potencial do mercado regional. A Grande São Paulo consome 6 milhões de litros de leite diariamente, porém o estado produz apenas 1,5 milhão.

“Eles [Colaso] têm um market share [quota de mercado] interessante regionalmente”, afirma Junqueira. “Nosso segmento é prestação de serviço, não o varejo. Já a Colaso está na gôndola com uma marca conceituada”, acrescenta Antonio Carlos Campos, gerente geral da Batavo. A Colaso industrializa 300 mil litros de leite por dia e quer dobrar esse volume. Castrolanda e Batavo instalaram, em 2009 e 2011, duas usinas com capacidade para 400 mil litros ao dia cada nos Campos Gerais.

Reviravolta

A recém-formada parceria promete trazer vida nova à Colaso. A cooperativa paulista tem observado queda no número de associados ligados à pecuária leiteira. Isso obriga que a empresa ‘importe’ 120 mil litros de leite diariamente – dos 300 mil que recebe - de Minas Gerais para abastecer a indústria instalada em Itapetininga.

“Recebemos 180 mil litros/dia dos nossos associados [paulistas]. Por meio do fomento que estamos planejando, queremos elevar em 60% essa quantidade”, ressalta Damásio. “A produção pode crescer ainda mais. Muitas propriedades dos nossos associados [1 mil no total] são pequenas, próprias para pecuária leiteira. Muitos podem voltar para a atividade.”

A necessidade de aumento na produção vem da indústria, ampliada para 600 mil litros/dia, após os recentes investimentos. Até o processo de fomento da atividade, ao longo de dois anos, a Colaso estuda comprar leite dos Campos Gerais para reduzir a ociosidade.

Parceria é o quarto negócio envolvendo coirmãs holandesas

O convênio operacional firmado com a Colaso é o quarto negócio das cooperativas do ABC envolvendo o conceito de intercooperação – cooperação entre cooperativas. Antes da parceria com a cooperativa de Sorocaba, as coirmãs holandesas decidiram atuar juntas nos setores de leite, carne e trigo.

Batavo, Capal e Castrolanda estão envolvidas na construção de duas indústrias: um frigorífico de suínos e um moinho de trigo. No primeiro, que deve ser inaugurado em agosto, a administração será da Castrolanda. A Batavo assumirá a gestão do moinho, que entrará em funcionamento também ainda este ano.

No leite, segmento em que são referências para outras bacias leiteiras do país, as empresas administram uma unidade de beneficiamento da Castrolanda, criada em 2008, e uma unidade da Batavo (Frísia), de 2011. O próximo passo é a inauguração da Unidade de Beneficiamento de Leite (UBL), na cidade de Itapetininga (SP). A participação é variada: Castrolanda 54%, Batavo 36% e Capal 10%.

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