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Árvore símbolo do Paraná tem seu manejo e lucratividade detalhados em pesquisas científicas. | Fotos: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Árvore símbolo do Paraná tem seu manejo e lucratividade detalhados em pesquisas científicas.| Foto: Fotos: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Receitas

Veja três receitas do livro “O Pinhão na Culinária”, que ganha reconhecimento internacional, no site do Agronegócio Gazeta do Povo:

www.agrogp.com.br

4,6 toneladas

de pinhão são colhidas por ano no Paraná, metade da safra nacional. E 500 quilos saem do município de Pinhão (Centro).

Pinhões prontos para consumo na metade do tempo e que podem ser colhidos ao alcance das mãos. Se depender dos pesquisadores da Embrapa, os fãs do alimento podem comemorar. Especialistas da entidade criaram um método que acelera o crescimento e diminui o tamanho das araucárias, numa estratégia que viabiliza pomares da árvore típica do Paraná. Além do que ganho ambiental, o modelo tenta conquistar os agricultores com promessa de fonte alternativa de renda.

Os estudos são conduzidos desde 2002 nas estufas e laboratórios da Embrapa Florestas, em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba. As primeiras tentativas fracassaram: as árvores ficavam tortas ou simplesmente não produziram. Foi preciso mais de uma década para que fossem colhidos literalmente os primeiros frutos – ou melhor, sementes.

Pesquisador responsável pelo projeto, Ivar Wendling explica que numa situação normal uma araucária precisa de 12 a 15 anos para produzir os primeiros pinhões, quando a árvore atinge entre 10 e 15 metros de altura. Com as novas mudas, criadas por meio da enxertia, o tempo cai para um intervalo entre 6 e 8 anos e as plantas atingem apenas dois metros de altura, facilitando a colheita.

A criação das primeiras mudas foi a parte mais trabalhosa e definiu a eficiência do método, diz Wendling. É preciso buscar os enxertos na copa de pinheiros que já estejam produzindo. Depois, basta amarrá-los ao “cavalo”, plantas de cerca de 1 ano de vida.

“Isso faz com que a muda incorpore a idade dessa planta mais velha, se comportando com uma árvore adulta e acelerando a produção”, detalha o pesquisador. Depois basta multiplicar o resultado usando o caule da planta resultante, o que dispensa a necessidade de novas escaladas até o topo de árvores adultas. Nos campos da Embrapa, está sendo estruturado um pequeno pomar que servirá como banco genético para a produção em escala e a formação de viveiros privados.

Mais do que agilidade na produção, o modelo também permite a seleção de outros atributos como sexo da planta, época de início da produção, tamanho e valor nutricional dos pinhões. “Basta que exista uma árvore que já produza nas condições desejadas e isso pode ser replicado”, acrescenta o especialista.

Com isso, pode-se fazer o cultivo de machos na proporção mais recomendada (20%) e ainda garantir que haja produção durante todo o ano. A safra do pinhão normalmente começa em abril e segue até o início do segundo semestre.

Para Wendling, o principal ganho com o método é fomentar a conservação ambiental aliada à exploração econômica. “As araucárias estão ameaçadas de extinção e não há grande interesse em seu cultivo comercial”, lembra. Como a demanda crescente tira boa parte dos pinhões do campo a multiplicação da espécie fica ainda mais comprometida, complementa.

Os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmam a retração na produção de pinhão. Foram colhidas 4,6 mil toneladas em 2013 no Paraná, tombo de 23% ante o ano anterior. O segundo maior produtor é Santa Catarina, com 3,2 mil toneladas. Na sequência vêm Rio Grande do Sul (830 mil t) e Minas Gerais (280 mil t), somando 8,9 mil t em todo o país.

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