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A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina afirma que o Porto de Paranaguá está preparado para receber a demanda de milho do país, que deve se intensificar ainda mais no segundo semestre.
A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina afirma que o Porto de Paranaguá está preparado para receber a demanda de milho do país, que deve se intensificar ainda mais no segundo semestre.| Foto: Interalli/Divulgação

Os bons resultados da safra brasileira de milho verão, que sofreu menos do que a soja com a estiagem do início do ano, estão se revelando agora em volume exportado nos terminais de embarque brasileiros.

De acordo com dados do Ministério da Economia, Indústria, Comércio Exterior e Serviços, o Brasil exportou de janeiro a abril um volume de milho 42% maior do que em 2018. Foram 7,05 milhões de toneladas neste ano frente a 4,98 milhões no ano passado. Somente em abril último foram embarcadas 430 mil toneladas – 291% a mais. O milho é a segunda principal commodity agrícola cultivada no País. Em termos de volume, a soja reina absoluta com 26,3 milhões de toneladas embarcadas, contra 23,49 no primeiro quadrimestre do ano passado (alta de 12%).

No Porto de Paranaguá (PR), maior terminal graneleiro da América Latina, o crescimento das exportações de milho foi de 32% no primeiro quadrimestre de 2019 em comparação com o mesmo período do ano anterior. O dólar valorizado e a desaceleração dos embarques da soja - à espera de preços melhores - também contribuíram para turbinar as vendas de milho.

De janeiro a abril, foram exportadas pelo Porto de Paranaguá 892.419 toneladas de milho, tendo como principal destino o Irã. No mesmo período, em 2018, foram embarcadas 677.554 t. A avalanche de milho vem dos principais centros produtores do país, como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Goiás, Santa Catarina e São Paulo. Somente no terminal da Interalli, uma das maiores operadoras de grãos de Paranaguá, os embarques de milho cresceram 300%. De janeiro a maio foram movimentadas 500 mil t, ante 160 mil t no ano passado.

“A primeira safra de milho teve um aumento de produção. Com o dólar alto e o retardamento da comercialização de soja excedente pelos produtores, houve uma opção de vender a produção de milho, o que impulsionou sobremaneira o volume de exportação no segundo trimestre”, explica Fabricio Slaviero Fumagalli, diretor da Interalli.

'Safrona' a caminho
Segundo ele, o porto agora se prepara para receber o milho safrinha a partir de junho, quando começa o grosso da colheita. “Estamos ouvindo rumores de uma produção até 40% maior este ano e acreditamos que o Porto de Paranaguá deve embarcar até o final do ano 4 milhões de toneladas de milho. Para se ter uma ideia, ano passado não chegamos a exportar 1 milhão de toneladas”, compara Fumagalli. Ainda assim, diz ele, os produtores de alguma forma devem compensar a maior exportação de milho primeira safra colocando mais milho segunda safra no mercado interno a partir do segundo semestre.

Preparação
Em termos operacionais e estruturais, o diretor de operações dos Portos do Paraná, Luiz Teixeira, afirmou por meio da assessoria de imprensa que os operadores podem vender milho tranquilamente “que o Porto de Paranaguá está preparado para atender com eficiência essa demanda que tende a crescer ainda mais nos próximos meses.”

Produtor Wilson Locateli, de Guatambu (SC), inspeciona campo de milho em março deste ano, quando recebeu a Expedição Safra da Gazeta do Povo. Foto: Michel Willian/Gazeta do Povo
Produtor Wilson Locateli, de Guatambu (SC), inspeciona campo de milho em março deste ano, quando recebeu a Expedição Safra da Gazeta do Povo. Foto: Michel Willian/Gazeta do Povo| Michel Willian

De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná, outro fator que pode ter influenciado no maior volume de milho exportado foi a colheita antecipada da soja, abrindo mais espaço para o milho nas lavouras. “Abriu-se a janela antecipadamente para a exportação do milho, principalmente no Sul do país”, resume Edmar Gervásio, analista da cadeia de milho do Deral.

Gervásio lembra que a maior parte do milho exportado por Paranaguá vem de outros estados, já que o Paraná não é um grande exportador de milho e não produz tantos grãos na primeira safra. Foram apenas 565 mil toneladas embarcadas até agora, contra 593 mil no mesmo período do ano passado. Um decréscimo de 5%.

A estiagem, segundo Gervásio, não afetou tanto o milho plantado no estado quanto afetou a soja, pois o cereal é plantado majoritariamente nas regiões Sul e Central do Paraná, onde a seca não foi tão severa. Neste ano o Paraná deve produzir uma safra de verão de 3,1 milhões de toneladas de milho (4% menos que no ciclo anterior) e uma safrinha de 13 milhões de toneladas, praticamente o mesmo volume do ano passado.

Com esses números, o estado deve se manter na segunda posição no ranking nacional da produção do cereal, atrás apenas do Mato Grosso, que espera colher perto de 30 milhões de toneladas. A safra brasileira de milho do ciclo 2018/2019 deve se aproximar de 95 milhões de toneladas.

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