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 | Ole Walter Jacobsen/Yara
| Foto: Ole Walter Jacobsen/Yara

A sustentação dos avanços conquistados na produtividade pela safrinha de milho brasileira, colocando o país como um dos principais players da cultura, depende de um fator chave: o investimento em nutrição. “O agricultor aperfeiçoou itens de manejo: antecipando semeadura, utilizando cultivares mais produtivos e protegendo a lavoura contra pragas e doenças. Porém, não melhorou, de maneira significativa, a adubação. E para que essa produtividade realmente continue aumentando, se não melhorar a nutrição, isso não será possível. Ele vai ficar estagnado nesses patamares”, afirma o pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Aildson Pereira Duarte.

Nos últimos 30 anos, a produtividade do milho no Brasil triplicou. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 1,83 tonelada por hectare na safra 1986/1987, o país saltou para a relação 5,5 t/ha na temporada 2016/2017. No milho safrinha, semeado no Paraná em sucessão à cultura da soja, a elevação nos índices seguiu o mesmo caminho. No estado, a produtividade foi de 1,9 t/ha para 5,4 t/ha nas últimas três décadas, de acordo com a companhia.

Por ser uma cultura altamente responsiva, o investimento em nutrição adequada no milho safrinha traz grande impacto na colheita, tanto em casos de plantio antecipado quanto em semeadura tardia. “Quando o agricultor consegue iniciar a produção na janela de plantio adequada, ele precisa investir nutricionalmente porque o milho vai responder em produtividade. Se a cultura tiver a quantidade ideal de luminosidade e água, além de boa nutrição, pode chegar a alcançar produtividades de 150 a 180 sacos por hectare”, explica a especialista agronômica da Yara, Taciana Seixas. Atualmente a média produtiva no Brasil tem sido de 100 sacos por hectare.

Steven P. Widoff/Yara

Nos casos em que a janela de plantio já está se fechando, é necessário investir em nutrição para que o milho tenha um bom arranque. Assim, estimula-se a planta a sair da terra e começar a receber energia solar o mais rápido possível. A nutrição vai colaborar em aspectos como melhor densidade, melhor arranque e maior potencial produtivo, além de menor risco em estresses climáticos.

Neste cenário, a especialista defende que ainda há muito o que explorar em produtividade no país. “É uma virada de chave, de fazermos um ajuste fino na nutrição, colocar uma adubação adequada para melhorar o potencial produtivo e fazer com que o agricultor consiga aumentar exponencialmente a sua produtividade e a sua rentabilidade”, reforça.

Planejamento

Antes mesmo do plantio, as entradas e saídas dos nutrientes no solo já precisam estar planejadas. E, para Duarte, este manejo de adubação está entre os principais desafios do agricultor. “Quando um caminhão de milho sai carregado da propriedade, ele sai carregado de nutrientes. E esses elementos precisam ser repostos, se não acontecer há um empobrecimento do solo. Além disso, nós observamos que a reposição no milho safrinha está, na maioria das vezes, aquém da saída de nutrientes”, destaca.

No ciclo produtivo do milho safrinha há uma atenção grande em relação à nutrição até a formação da oitava folha (v8). Os principais cuidados são durante o plantio, na cobertura, que acontece entre a formação da 3º a 4ª folha, e por meio de aplicações foliares, entre a 6ª e 8ª folha. Isso ocorre porque é nesta janela em que a cultura está definindo o seu potencial produtivo.

Por meio do programa MaisMays, da Yara, que oferece ao agricultor produtos que contribuem em cada um desses momentos, os resultados positivos na colheita já foram observados. Em 2017, algumas lavouras que aderiram ao programa chegaram a apresentar um incremento de quase sete sacas por hectare, conta Taciana. “O objetivo é auxiliar no aumento produtivo minimizando os desafios do agricultor. Por isso, oferecemos ferramentas que contribuem desde o plantio, aplicando todos os nutrientes no mesmo grânulo e melhorando o rendimento operacional desse agricultor. Trazemos também a cobertura nitrogenada, onde a volatização de Nitrogênio é mínima e deixa o milho mais equilibrado nutricionalmente. Além das nutrições foliares, com zinco, melhorando o desenvolvimento da planta”, explica a especialista.

“É uma virada de chave, um ajuste fino na nutrição. Colocar adubação adequada para melhorar o potencial produtivo e fazer com que o agricultor aumente exponencialmente sua produtividade e rentabilidade”, Taciana Seixas, especialista agronômica

A adubação adequada e de qualidade oferece vantagens também para a sustentabilidade do próximo cultivo, a soja. “A antecipação da semeadura do milho safrinha ocorreu de uma maneira bastante intensa nos últimos anos graças à alteração da produção da soja, que se aperfeiçoou considerando o sistema como um todo e não apenas as culturas isoladas. E nesse contexto, hoje, se encaixa a necessidade de melhoria na adubação da cultura do milho, considerando o sistema ‘soja – milho safrinha’, visto que 95% ou mais do milho safrinha é cultivado em sucessão a cultura da soja”, destaca Duarte.

De acordo com o pesquisador, diante de um manejo inadequado, tem ocorrido a aplicação de nitrogênio na soja, entretanto, a medida correta seria adubar a cultura do milho, que é a mais responsiva ao nitrogênio e a que mais necessita do nutriente. Ao aperfeiçoar a adubação nitrogenada no milho safrinha todo o sistema soja-milho pode produzir mais.

Taciana reforça ainda que as boas práticas são importantes para a longevidade do solo. “Se eu não coloco a quantidade de nutrientes necessária, vai sair mais do que entrar, minha conta fica negativa. Ao mesmo tempo vou plantar outra cultura e se não colocar a adubação necessária vou continuar exportando mais, o que vai começar a exaurir o solo. O que devo fazer para uma boa saúde do solo é ter um balanço positivo de entradas e saídas de nutrientes”, finaliza.

Divulgação

Nutrientes essenciais

Para o sucesso da safrinha, o aporte de elementos colocados no solo e a retirada dos mesmos, chamada de exportação, precisam encontrar um equilíbrio. “Nós temos um nutriente que é chave: o nitrogênio. E o que estamos percebendo é que o manejo desse nutriente, no sistema soja - milho safrinha, está levando a um balanço negativo se compararmos a exportação na soja e no milho, versus o que está entrando via fixação simbiótica da soja e via adubação nitrogenada no milho”, alerta Duarte.

O nitrogênio atua no desenvolvimento do milho tanto na parte aérea quanto na raiz. O nutriente é essencial desde o enraizamento até a maturação, momento em que ocorre o enchimento de grão. Com a adubação nitrogenada correta é possível o carregamento da proteína para os grãos de maneira satisfatória, tornando-os melhores e mais pesados.

O segundo nutriente de maior demanda na cultura do milho é o potássio, destaca a especialista agronômica da Yara. “O balanço entre nitrogênio e potássio é muito importante para que eu não tenha uma planta que cresça demais sem suporte nutricional adequado, a planta perde produtividade”, afirma. Ela ainda ressalta a utilização do zinco no início do plantio para favorecer o enraizamento e arranque da planta.

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