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Membros do Puma Club do Brasil de Curitiba. Cidade foi sede da fabricação do esportivo | Henry Milléo / Gazeta do Povo
Membros do Puma Club do Brasil de Curitiba. Cidade foi sede da fabricação do esportivo| Foto: Henry Milléo / Gazeta do Povo

História

Das pistas de corrida para a casa dos brasileiros, conheça os principais momentos da trajetória da Puma

1964 – No dia 2 de outubro, nasce o primeiro protótipo da Puma. Chamado de GT Malzoni, em referência ao seu idealizador, ‘Rino’ Malzoni, o modelo é feito exclusivamente para as pistas de corrida. Em 1966, surge o GT DKW, com alguns retoques e mecanização da alemã DKW.

1968 – Data de criação do GT 1500, modelo que, em um ano, alcança a marca das 300 unidades fabricadas. Bem sucedido, é levado a diferentes países da Europa. Ainda em 1969, a montadora produz cinco unidades de um de seus modelos mais raros, o GT 4R, a pedido da revista Quatro Rodas.

1970 – Ano de surgimento do GTE 1600, carro que teve como base o chassi encurtado do VW Karmann Ghia. O modelo é apresentado em Nova York. Um ano depois, a marca lança o GTE Spider e atinge as mil unidades produzidas. Na mesma época, começa a fabricar caminhões.

1972 – A empresa passa a vender com regularidade os modelos GTE e GTE Spider para outros países. Neste ano, apresenta o protótipo GTO, que usa a mesma plataforma da Chevrolet. Surge ainda a versão GTE Rally, que tem como objetivo colocar a empresa no meio das competições na terra.

1973 – A Puma faz algumas mudanças na carroceria do GTE. O GTE Spider passa a se chamar GTS, enquanto o Puma GTO ganha o nome de GTB. Na mesma época, a marca passa a produzir também na África do Sul. Em 1976, a montadora incorpora a plataforma encurtada da VW Brasília.

1980 – Os carros são submetidos a um novo facelift e a mudanças na nomenclatura: o GTE vira GTI e o GTS se torna GTC. A marca lança ainda um micro-ônibus a álcool, que tem base no caminhão 4.T. No ano seguinte, lança o P-018 e o projeto Elétron, um caminhão movido a eletricidade.

1986 – O controle da marca é repassado ao grupo paranaense Araucária S.A., que traz a fábrica para Curitiba. Lança os modelos GTI e GTC com chassis de carros usados. Na mesma época, trabalha na criação do modelo exclusivo para exportação Al Fassi, baseado no P-018 e P-018 conversível.

1988 – A Araucária S.A. é comprada pelo Grupo Alfa Metais, também de Curitiba, que quita as dívidas com a VW. Sob nova direção, a fabricante lança o Puma AMV, baseado no GTB S2, o AM1, no P-018, e o AM2, inspirado no P-018 conversível com refrigeração a ar.

1989 – A Alfa Metais apresenta o AM3 coupê e o AM4 conversível, com mecânica refrigerada a água. Para a montagem, são usados chassis de fusca e motor AP, o mesmo embarcado no VW Passat. A empresa segue a produção dos caminhões 4.T, que mudam de nome para 914.

1994 – Com a abertura do mercado nacional para a importações de veículos, a Puma deixa de fabricar esportivos e passa a se dedicar aos caminhões e ônibus. As atividades, porém, duram até 1999, quando a montadora fecha as portas depois de mais de 23 mil veículos produzidos.

Fonte: Puma Classic

  • Para Sérgio Tempo, receita do sucesso do Puma está no design e no custo-benefício
  • Mecânica usada nos veículos era de carros da Volkswagen e da Chevrolet
  • Período de produção da marca foi das décadas de 1960 a 1990
  • Ao todo, a empresa produziu cerca de 23 mil modelos

O capítulo escrito pelo Brasil na história da indústria automobilística é curto, mas há um nome que destoa dos demais na tentativa de viabilizar um carro nacional. Há 50 anos, a Puma surgiu como uma marca de veículos para competição. Mas os esportivos foram além e em mais de 30 anos alcançaram cerca de 23 mil unidades, com produção no exterior e diversos modelos exportados, fato que a tornou uma das montadoras brasileiras que mais resistiram às turbulências econômicas.

SLIDESHOW: Veja mais foto do Puma Clube

Para lembrar a data, o Puma Club do Brasil, com o apoio do Clube de Automóveis e Antiguidades Mecânicas do Paraná, realiza de 17 a 19 de outubro o 10º. Encontro Nacional do Puma. O evento será aberto ao público e terá a exibição de veículos e a entrega de prêmios. As inscrições para os expositores podem ser feitas até a próxima sexta-feira por e-mail ou no local do encontro (leia mais no serviço).

Para montar um Puma, a receita era simples: pegavam-se os chassis e a mecânica da VW ou da GM de um lado e fabricavam-se carrocerias em fibra de outro. Com isso, o resultado eram carros com visual esportivo, preços mais acessíveis que os importados e de manutenção barata. "O que fez com que a Puma sobrevivesse foi o design e o preço mais em conta em comparação com os importados. No Brasil, um modelo conversível era equivalente ao valor de um Ford Galaxie, que não era barato. Mas a mecânica, que usava chassis de Brasília e de outros carros encurtados, sim", conta o membro do Puma Club e um dos organizadores do evento Sérgio Emílio Tempo.

Apaixonado pela marca, Tempo possui um Puma GTS conversível, que comprou no início dos anos 2000. Mas o primeiro cupê que levou para a garagem foi adquirido em 1985, depois de considerar outros descapotados populares da época. Já o vice-presidente do clube, Tonico Karas, possui três: um GTS 80, um GTB 80 e um GT 1.600 1971, que aguarda para o restauro. "O primeiro que comprei foi há 34 anos, mas tive que me desfazer depois de a minha esposa engravidar. Eu tive outros carros mais para frente, mas quem tem um Puma uma vez sempre quer ter de novo", afirma Tonico, que 'regressou' à marca nos anos 2000.

Retorno valorizado

Ao longo das décadas de 1970 e 1980, a Puma se garantiu com as vendas aos mercados local e internacional. Entretanto, a pressão das várias crises sofridas pelo Brasil fizeram com que a empresa se endividasse e passasse o controle ao grupo curitibano Araucária S.A., em 1986. O resultado foi a transferência da linha de montagem para o bairro Cidade Industrial e a produção em série na capital paranaense, que durou até 1999, sob a tutela da empresa Alfa Metais, que adquiriu os direitos da marca em 1988.

Antigo diretor da empresa e dono da restauradora Doutor Puma, Rubens Rossatto Filho vê a alta dos impostos como uma das razões para a derrocada da fabricante. No entanto, embora ela tenha fechado as portas, o empresário afirma que a reforma dos cupês está em alta no momento. Hoje, o custo médio de um Puma é de cerca de R$ 25 mil para os modelos mais populares, como o GTS 80. Já os veículos restaurados podem chegar a até R$ 35 mil. E de acordo com Rossatto, a demanda pelo serviço da oficina vai até 2018.

10º. Encontro Nacional do Puma

- Data: 17 a 19 de outubro

- Horários: Sex. 13h às 17h. Sáb. 9h às 17h e Dom. 9h às 13h.

- Endereço: Museu do Automóvel. Av. Cândido Hartmann, 2300, Mercês. Parque Barigui.

- Entrada: R$ 5.

- Inscrições: R$ 150.

- Informações: pumaclubsergio@yahoo.com.br

Vídeo: restauradora dá vida nova aos carros da Puma

"Doutor Puma" restaura esportivos em Curitiba

A empresa Doutor Puma restaura doze carros por ano. Cada veículo demanda, em média, oito meses de trabalho. Veja a história do dono da empresa restauradora que também foi um dos responsáveis pela instalação de uma fábrica da marca em Curitiba.

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