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Visualmente, a trial BMW montada no Brasil é igual ao modelo vendido até alguns atrás; o nome, porém, é novo: G 650 GS | Divulgação/Infomoto
Visualmente, a trial BMW montada no Brasil é igual ao modelo vendido até alguns atrás; o nome, porém, é novo: G 650 GS| Foto: Divulgação/Infomoto

Parceria

Uma motocicleta globalizada

A G 650 GS não é exatamente brasileira. Seu motor é fabricado na China, mais precisamente na fábrica da Loncin, em Chongqing, cidade localizada no meio oeste chinês e centro da indústria chinesa de motos. Outros componentes vêm da Alemanha e ela é montada em Manaus (AM), na fábrica da Dafra, em uma linha exclusiva e dedicada, atendendo ao Processo Produtivo Básico (PPB). Além da supervisão direta da BMW, os funcionários da Dafra que trabalham na linha de montagem foram treinados em Berlim, onde ainda fica a principal fábrica de motos da marca alemã.

  • Velocímetro, conta-giros e um pequeno para-brisa para proteger o condutor
  • Os comandos do punho da motocicleta seguem o padrão universal

Montada desde dezembro em Manaus, na fábrica da Dafra, a BMW G 650 GS é co­­mer­­cializa­da em Curitiba por R$ 29.800 (mais R$ 400 de frete), já com freios ABS de série, motivos que a le­­vam a ser uma moto bas­­tante com­­petitiva neste segmento. A procura pelo mo­­delo está grande e já acarreta uma fila de espera de 30 a 40 dias na concessionária autorizada Star News.

O veículo é o mesmo vendido pela BMW em todo o mundo, in­­clusive no Brasil, até poucos anos. A antiga F 650 GS, que agora virou G, manteve praticamente as mesmas características do modelo anterior. Uma das poucas alterações, além do nome, são os comandos do punho: se­­guem o padrão universal, com bu­­­zina, piscas, farol alto e baixo e lampejador na esquerda; e bo­­tão corta corrente e de partida na direita.

Na motorização, a BMW G 650 GS traz o mesmo grande mo­­nocilíndrico com 652 cm³ de ca­­pacidade, com comando duplo no cabeçote (DOHC), quatro válvulas e refrigeração líquida, o propulsor produz 50 cv de potência máxima a 6.500 rpm. Mas sua gran­­de qualidade são mesmo os 6,1 kgfm de torque máximo já a 4.800 rpm. Além disso, grande parte dessa força já aparece em baixas rotações, proporcionando arrancadas e retomadas vigorosas.

É aquela acelerada que deixa os carros e outras motos para trás. Sem falar no ronco grave que faz bater mais forte o coração daqueles que gostam de um monocilíndrico. Ronco e funcionamento considerado música pe­­los fãs e barulho pelos críticos. Vai do gosto de cada um.

Na prática, se mostra um mo­­­­tor versátil para saídas de se­­máforo na cidade ou para fazer uma ul­­tra­­passagem na estrada. Nes­­sa G 650 GS, assim como na sua antiga versão, o que emociona é sua aceleração e não sua velocidade final. Até mesmo porque a máxima de 165 km/h de­­clarada pela BMW não é nada demais.

Por outro lado, agora seu mo­­tor traz duas velas no cilindro, garantindo um baixo consumo de combustível. Rodando tanto em cidade como na estrada, a G 650 GS fez em média 21,5 km/l de gasolina. Consumo que resulta também em uma boa au­­tonomia, já que seu tanque tem 17 litros de capacidade.

Conforto

Espero que os curiosos e ansiosos não aguardassem um desempenho muito melhor da G 650 GS, afinal não é esta sua proposta. Mas caso buscassem conforto e facilidade de pilotagem, o modelo de entrada da marca alemã foi projetado para isso.

Com um banco largo e macio, o motociclista vai sentado em uma posição de pilotagem bastante ereta. Além disso, o pequeno para-brisa oferece certa proteção contra o vento na estrada. Tudo para que você possa viajar confortavelmente com essa BMW G 650 GS. Ponto positivo vai para a baixa altura do banco em relação ao solo: apenas 780 mm. Outro item bem vindo nesta versão brasileira são os protetores de mão de série, que ajudam também a evitar o frio e garantem alguma segurança para pilotar entre os carros ou em caso de quedas no fora-de-estrada.

Aliás, essa versatilidade é outra de suas qualidades, pois a G 650 GS é uma moto de uso misto. Você pode sair do asfalto e encarar uma estrada de terra sem grandes problemas. Nada de um off-road muito pesado, mas para enfrentar aquela estradinha de terra que chega a uma cachoeira, essa BMW "made in Brazil" vai muito bem, sim senhor.

Suas suspensões têm longo curso e seus pneus de uso misto – Metzeler Tourance – foram feitos para isso. Na dianteira, o garfo telescópico convencional tem 170 mm de curso e ajuste na pré-carga e retorno; já a balança monoamortecida tem 165 mm de curso e um prático seletor de ajuste da pré-carga.

Sua vocação fora-de-estrada só não é ainda melhor por conta da roda dianteira de 19 polegadas (na traseira, ela usa aro 17) e pelo pequeno para-lama que a envolve. Além de juntar lama, insiste em fazer muito barulho com as pedras que voam do solo.

No quesito freios, outro bem vindo item de série na G 650 GS: sistema antitravamento (ABS). Na antiga 650 GS, o dispositivo era opcional. No asfalto seu funcionamento é impecável e garante frenagens seguras e progressivas do disco simples de 300 mm na dianteira e também do único disco de 240 mm da roda traseira. Porém, na terra, o freio ABS dessa BMW não vai muito bem. Atrasa e até prejudica as frenagens. Por isso mesmo, a marca dotou a G 650 GS de um botão pa­­ra desligar o sistema.

Vendida a R$ 29.900 em uma única configuração – com freios ABS, protetor de mão e cavalete central –, a BMW G 650 GS chega para incomodar a concorrência. Justamente no concorrido segmento de 600 cc e no carente setor de motos trail.

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