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Causa da "pane" pode estar na vela ou na bateria

Bateu a chave uma vez, duas e o motor de arranque continua a girar sem sucesso, mantenha a calma e verifique o que está acontecendo. A insistência em ligar o carro pode encharcar as velas de ignição e aí o carro não funciona mesmo. Se o problema acontecer, é preciso aguardar, com o automóvel desligado, até que o combustível evapore por completo. Esse tempo varia de carro para carro e pode levar até 30 minutos, explica Ricardo Namie, chefe da Assistência Técnica da NGK, fabricante de velas de ignição.

Segundo ele, manutenção preventiva em dia também garante o bom funcionamento das velas, facilitando a partida imediata do motor, principalmente nas baixas temperaturas. "As velas com vida útil ultrapassada, ou excesso de desgaste, podem diminuir o desempenho do veículo dificultando a partida após um longo período desligado", alerta.

A bateria também é outro componente que pode prejudicar o funcionamento do carro nos dias mais frios. Nesse período, o óleo lubrificante tende a ficar mais viscoso (grosso), o que exige maior esforço para dar a partida e, consequentemente, maior consumo de energia da bateria. "Isso pode levar ao esgotamento mais rápido da carga. E se a bateria já estiver desgastada, ela acabará arriando, ou seja, não terá força para girar o motor de arranque", salienta Aljor Ramos, que atua na assistência técnica da Avic, distribuidora das baterias Moura, de Curitiba.

Ele recomenda não insistir em dar a partida caso o carro não ligue de imediato. "Após três tentativas, desista porque não irá pegar mais", garante o especialista. O correto é chamar o socorro e levar a bateria para uma recarga ou efetuar a troca.

Agora, se a bateria estiver com a carga em dia, a primeira partida no veículo flex deve ser um pouco mais prolongada. "É importante não perder a primeira batida da chave", afirma Luís Pedro Stulp, líder de oficina da Copava, autorizada VW em Curitiba.

Por prevenção, coloque a chave em posição de contato (marcha), sem ligar o carro, até que cesse o leve zumbido vindo do motor. Ele indica que o motorzinho elétrico do reservatório auxiliar está jogando gasolina no sistema de injeção para ajudar o motor a começar a funcionar. Só depois dê a a partida. Vale ressaltar que em modelos com injeção eletrônica não é preciso acelerar em seguida, pois essa função é feita pelo afogador automático.

  • Saiba como evitar que o veículo abastecido com etanol fique parado no inverno

Em época de baixas temperaturas, tão desagradável quanto acordar cedo e ter de sair debaixo do cobertor quentinho é entrar no carro, girar a chave e nada do mo­­tor pegar. Quem possui carro flex e não tem o cuidado de checar o ní­­vel de reservatório de partida a frio provavelmente já passou por essa situação. Quando abastecidos com etanol, os modelos bicombustíveis podem não funcionar depois de ficarem parados da noite para o dia se não houver manutenção cor­­reta do famoso tanquinho. O me­­canismo entra em ação quando a temperatura ambiente fica abaixo de 15°C, na média dos modelos de veículos vendidos no país.

Mas, como em boa parte do ano a temperatura é superior a essa marca, somente no inverno é que o compartimento adicional costuma entrar em operação. E aí que o problema aparece. Há risco de a gasolina do reservatório estar ve­­lha quando o veículo precisar dela. Nesse caso, ela perde seu poder de queima e o etanol não consegue, sozinho, atingir temperatura suficiente para iniciar a combustão no motor. "Se o tanque está vazio ou a gasolina ficou muito tempo sem uso e não foi trocada, fica difícil fa­­zer a ignição", observa Jean Carlos Ferreira, gerente de Pós-venda da Champagnat Veículos, concessionária GM em Curitiba.

Para evitar surpresas nas ma­­nhãs de inverno, a dica é trocar o combustível do sistema de partida a frio a cada 90 dias. Ultrapassou esse período, o ideal é procurar uma oficina, e não um posto de combustível, para efetuar a substituição da gasolina. "O reservatório é removido e o sistema passa por uma revisão com scanner (são verificados as condições da válvula solenóide e da bomba auxiliar, responsáveis por enviar a dose certa de gasolina no momento da partida). Também é realizada uma limpeza no reservatório", explica Fer­­reira. O custo do serviço varia de R$ 70 a R$ 100.

Na hora da troca, dê preferência para o uso de gasolina aditivada no tanquinho. "Ela contém maior octanagem (índice de resistência a detonação dos combustíveis) do que a gasolina comum, o que facilita a combustão dentro da câmara", ressalta o gerente de Pós-ven­­da, lembrando ainda que a aditivada amenisa a oxidação do combustível e a corrosão do sistema.

Nível

Em média, o reservatório de par­­tida a frio comporta 1 litro de com­­bustível e o seu nível não abaixa com frequência. Em todo caso, recomenda-se a verificação num intervalo de 15 a 20 dias, pois pode ocorrer um vazamento. Basta le­­vantar o capô e abrir a tampa do re­­cipiente. É muito simples. Os níveis mínimo e máximo estabelecidos de fábrica constam no manual do proprietário. "Se a quantidade estiver baixa, talvez não seja su­­ficiente para ser injetada e acontecer a ignição", salienta Francielle Milão dos Santos, consultora técnica da Le Parc, distribuidora Peugeot na capital. Procure seguir a orienta­ção do fabricante quanto ao volume a ser utilizado no tanquinho.

Outra preocupação é quando se abastece o tanque principal por muito tempo com etanol, e, de­­pois, volta a usar a gasolina. Se­­gundo a consultora, é necessário dirigir o veículo de 5 a 10 km antes de estacioná-lo por um longo pe­­río­do -- o mesmo raciocínio vale na troca de etanol para gasolina. "O sistema eletrônico do motor precisa de um tempo para reconhecer o novo combustível", justifica. Ela conta que muitos clientes chegam à loja com o veículo guinchado e após fazer o diagnóstico se descobre que o dono tro­­cou o combustível no carro e lo­­go em seguida o guardou na garagem. No dia seguinte tentou ligar e não pegou. "É comum acontecer com quem utiliza um posto perto de casa. Se ele tivesse seguido o manual do proprietário, evitaria um gasto desnecessário. Só o diagnóstico eletrônico custa R$ 127, fora o guin­­cho", frisa Francielle.

Sem tanquinho

Por enquanto, o único modelo bicombustível no país que dispensa o uso do tanquinho é o Polo E-Flex, lançado em 2009. A Volks­wa­­gen, em parceria com Bosch, apresentou uma tecnologia na qual o etanol é pré-aquecido a tem­­­­peraturas de até 120ºC antes de chegar aos bicos injetores, o que garante uma ótima atomização do combustível e uma combustão mais eficiente. Pode parecer simples, mas esse pré-aquecimento é algo que se tenta desde 1979, quando foi apresentado o primeiro carro a álcool de série do mundo, o Fiat 147.

Já a Magnetti Marelli desenvolveu uma tecnologia que evita que a gasolina apodreça no reservatório. A cada cinco partidas, o mecanismo despeja uma quantidade de combustível do tanquinho para o sistema de injeção, reduzindo o tempo de permanência do derivado de petróleo no local. "Ao invés de trocar a gasolina, o usuário irá apenas repô-la a cada dois meses", diz Marco Antonio, lí­­der de oficina da Barigui Veículos, concessionária Fiat. A marca italiana utiliza a tecnologia na nova ge­­ração dos motores Fire e no propulsores E.torQ, que equipam boa par­­te dos modelos 2011 e 2012 da Fiat.

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