Gramado (RS) Até pouco tempo era difícil imaginar a Mercedes criando modelos que fugissem do desenho conservador característico dos carros da fábrica alemã. Depois do SLK (misto de cupê e roadster), agora é a vez da Classe CLS radicalizar. Adotando o estilo dos hot rods americanos, sem perder, é claro, as linhas inconfundíveis da marca da estrela, a nova versão é definido pela Mercedes como o "cupê de quatro portas".
Poderia muito bem se encaixar no segmento de sedãs de luxo se não fosse o design esportivo que salta aos olhos. O teto possui um caimento acentuado, a traseira é curta e baixa e os aros são de 18 polegadas. Para completar a revolução, os faróis têm um formato irregular que lembra os modelos tuning.
Se a intenção era criar um esportivo sem perder a elegância, a Mercedes não só atingiu o objetivo como deve ter criado um novo segmento para o mercado, pelo menos com o modelo topo de linha, o CLS 500, testado pela Gazeta do Povo. Basta um simples giro na chave para desfrutar de conforto e esportividade, sob o ronco grave, quase melódico, de um motor V8 5,0 litros. Seus 306 cavalos de potência a 5.600 rpm levam os 1.810 de peso do carro a se deslocar de 0 a 100 km/h em breves 6,1s. A eletrônica "restringe" a velocidade máxima a 250 km/h, mas oferece equipamentos como o câmbio automático 7G-Tronic (de sete marchas para a frente e duas a ré), que possibilita dosar as forças entre as marchas de modo a permitir reações rápidas e retomadas mais vigorosas.
O sistema de suspensão pneumática Airmatic apresenta controle manual ou automática da rigidez dos amortecedores e da altura do carro. Ou seja, acima dos 130 km/h ou com o apertar de uma tecla, a distância do solo do CLS 500 é reduzida em 1,5 cm, permitindo que o carro se mantenha firme em curvas mais fechadas e ande macio nas retas.
Internamente, o modelo Mercedes dispõe de uma lista interminável de itens de luxo. A começar pelo acabamento rico em madeira e couro, seguindo a linha tradicional da marca alemã. Os assentos vêm com massageadores (para as costas) e ventiladores (ideais para o verão, pois resfriam a superfície dos bancos), além de ar-condicionado com controle individual de temperatura para cada um dos quatro assentos. Uma função de memória permite que os ajustes para a dirigibilidade do condutor (posição dos espelhos, do banco, do volante, etc) sejam armazenados.
Todo esse conforto tem um preço e não é barato. O CLS 500 chega ao Brasil custando R$ 415 mil, o que significa que poucos terão o privilégio de se deleitar com um dos lançamentos mais arrojado da Mercedes-Benz nos últimos anos.
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