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Assista à reportagem em vídeo| Foto: TV Globo

Pense no motor como sendo o coração do carro e o óleo como o sangue bombeado por ele. Um não funciona sem o outro. Portanto, saber como verificar se o lubrificante está no nível ideal, a hora certa de trocá-lo e qual a especificação correta do produto a ser utilizado garantem o bom funcionamento e a maior vida útil do propulsor. A Gazeta do Povo conversou com profissionais em mecânica de Curitiba para responder as dúvidas mais recorrentes e os cuidados a serem tomados pelos motoristas.

Qual a função do óleo lubrificante?– O óleo do motor tem a função de lubrificar e limpar as partes internas do motor para diminuir o atrito entre as peças móveis, que podem levar à quebra dos componentes, e ainda ajuda na refrigeração do propulsor.

Como faço para verificar o nível do fluido?– O ideal é fazer isso com o motor ainda frio – de preferência pela manhã. Assim, praticamente todo o óleo ainda estará no cárter e a indicação na vareta será mais precisa. Se medir logo que pára o motor, sempre vai aparentar ter menos óleo do que realmente tem. A recomendação é que se faça a medição a cada mil quilômetros rodados e em um piso plano.

Qual é o nível ideal?– Entre os dois traços e não só no traço superior. Se o óleo fica abaixo do mínimo da vareta, o fluido que sobra passa a esquentar demais e o propulsor também se superaquece, além de não ocorrer a correta lubrificação. Excesso de óleo também é nocivo. Com o calor, o fluido tende a se dilatar, forçando a saída por qualquer fresta. Assim, o motor pode passar a queimar óleo e as velas podem ficar sujas. Na troca, a quantidade de óleo a ser reposta varia de 3 litros a 4,5 litros, dependendo do motor.

A luz de espia no painel funciona com precisão?– Não adianta se orientar só pela luz espia da pressão de óleo ou pelo manômetro de ponteiro do painel. Esses alertas só denunciam uma queda de pressão quando o lubrificante fica muito fino (com pouca viscosidade) ou o nível do óleo está exageradamente baixo. A essa altura, o motor já terá sofrido bastante. Acendeu a luz, pare imediatamente e procure a assistência mecânica.

Completar o nível do lubrificante ao invés de trocar é prejudicial?– Aos que têm a mania de apenas completar o nível do óleo, sem nunca trocar todo o lubrificante, um alerta: o óleo velho que sobra no motor deixa a borra, que, com o tempo, se transforma numa "lama" no fundo do cárter. Além disso, o óleo novo, quando reposto só para completar o nível, se oxida rapidamente em contato com o produto velho. O efeito é o entupimento do circuito de lubrificação e até o travamento do motor. O ideal é completar só em caso de emergência. A cada troca, recomenda-se também pôr um filtro de óleo novo. Se precisar completar o nível fique atento ao lubrificante utilizado para saber se tem a mesma especificação daquele que já está no reservatório.

Qual deve ser o intervalo entre as trocas de óleo?– O importante é seguir sempre o período indicado no manual do proprietário. De acordo com os fabricantes, a média é a cada 5 mil quilômetros rodados para o óleo mineral, 7,5 mil para o semi-sintético e 10 mil quilômetros para o sintético (confira tabela ao lado) ou no prazo de seis meses. O ideal é obedecer o que ocorrer primeiro. Quando o motor é submetido a esforços acima do normal, o período entre as trocas deve ser menor. Nesta situação estão os carros que andam na maior parte do tempo em marcha lenta – como em congestionamentos – e os que praticamente só fazem percursos com menos de cinco quilômetros (e o motor não chega a ficar completamente aquecido).

Por que é importante substituir o óleo dentro do prazo?– A viscosidade faz com que o lubrificante permaneça por mais tempo revestindo as partes móveis que ficam em contato dentro do motor, como bielas, anéis, cilindros, bronzinas, válvulas, etc. Com o passar do tempo, o óleo pode perder essa viscosidade, o que acarretará o atrito entre as peças, comprometendo o funcionamento do motor, diminuindo sua vida útil, consumindo mais combustível, e a médio ou longo prazo, fazendo com que o motor "queime óleo". Há o risco até de fundir o motor, o que exigirá uma retífica.

Que classificação de óleo devo usar no carro?– As classificação mais comuns do mercado, por ordem crescente, são: SF, SH, SJ e SL. Os dois primeiros são indicados para motores mais antigos, enquanto os demais para propulsores modernos. Quanto mais alta a classificação, maior o poder de limpeza e proteção. Um SL, portanto, é melhor que um SJ, que é melhor que um SH e assim por diante. Se o manual recomendar o SH, você pode trocar pelo SJ, mas nunca pode optar por um de especificação inferior.

Posso misturar produtos de marcas diferentes?– Deve ser evitado, pois cada óleo possui uma formulação distinta. Fazer mistura de óleos é uma saída indicada somente para situações de emergência. Caso seja necessário, use a mesma classificação API (SF, SJ, SL). Só nunca misture óleo mineral com o sintético.

Qual a diferença entre mineral, semi-sintético e sintético?– O mineral é feito a partir do refinamento do petróleo, enquanto o sintético é criado em laboratório a partir de diversos componentes. A diferença é que o sintético é mais resistente à oxidação e à evaporação e mantém a viscosidade por mais tempo, garantindo lubrificação superior à dos minerais. Já o semi-sintético é uma mistura de mineral com sintético, com desempenho intermediário entre um e outro. Com exceção de veículos movidos a diesel, qualquer automóvel, sem restrições de ano, motor, cilindrada, marca ou modelo, flex ou a gás, pode utilizar óleo de motor 100% sintético.

Fontes: Vágner Antunes da Silva, consultor técnico da Ford Center Marechal – Fone (0XX41) 3017-7300. Valdevino Farias Ferreira, gerente de serviços da Metrosul (GM) – Fone (0XX41) 3330-1000. Jefersson Silva, chefe de oficina da Berko Centro Automotivo - Fone (0XX41) 3028-8796. Sidivaldo Aparecido Pagliotto, líder serviços da Dpaschoal (loja Kennedy) – Fone: (0XX41) 3334-4037. Joarez Sofiste, proprietário da Sofiste Mecânica – Fone: (0XX41) 3264-3902.

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