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O aeromodelo gigante está sendo fabricado na casa de Kaminski, considerado o pioneiro do aeromo­delismo em Curitiba | Henry Milleo/ Gazeta do Povo
O aeromodelo gigante está sendo fabricado na casa de Kaminski, considerado o pioneiro do aeromo­delismo em Curitiba| Foto: Henry Milleo/ Gazeta do Povo

Aeromodelo

Caça construído por empresário chegou a alcançar os 300 km/h

Hoje com 79 anos, Nelson Kaminski, caminha com dificuldades em virtude de complicações do diabetes. Mas isso não o impede de exercer sua arte. "Eu trabalhei desde criança, então quando tive condições fui me dedicar ao que mais gosto", diz Kaminski. A vida inteira sempre adorou os aviões desde que viu o primeiro biplano da Primeira Guerra Mundial em um desfile de Sete de Setembro na Rua XV. Passou a fazer pequenos planadores artesanais, mas o primeiro aeromodelo de fato só pode fazer aos 54 anos.

Um deles foi um modelo de um caça MIG 29 com duas turbinas reais que usavam a mesma mistura de combustíveis que o avião real. Foi o primeiro no Brasil a fazer voar um modelo a jato, que chegou a alcançar 300km/h. Essa velocidade faz com que a pilotagem dos modelos demande treinamento, além de o piloto ter conhecimento sobre o modelo real para ter noção da sua capacidade de manobra. "Os modelos têm freios aerodinâmicos, flaps e freios a disco nas rodas, assim como nos reais. Ver o modelo voando é uma vitória", diz.

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O empresário curitibano Nelson Kaminski, de 79 anos, é um apaixonado por aviões e constrói artesanalmente seus próprios modelos. Mas não simples aeromodelos; ele fabrica aviões com requinte de detalhes e numa escala de tamanho impressionante. Atualmente está finalizando a construção de um modelo Fortaleza B 25, com 5m de envergadura de asa por 4m15 de fuselagem fabricado em madeira e alumínio. Tem cerca de 180m de fiação interna, além de usar mais de 35 mil parafusos.

O modelo Fortaleza B25 é uma cópia fiel em escala menor do avião de combate usado principalmente na metade da Segunda Guerra Mundial. Está em construção há cerca de oito meses e quando terminado deve pesar cerca de 50 quilos. A atenção aos detalhes impressiona: luzes de navegação, metralhadoras com balas, pneus e trem de pouso. Tudo com a maior fidelidade possível ao original.

"Ele tem tudo que o modelo real tem; até o motor é igual, só que miniaturizado", explica o construtor. O modelo terá dois motores radiais de nove cilindros e 18 válvulas com 30 hp cada, que movimentarão hélices de três pás. São fabricados pela Autentic Scale dos EUA, e cada um custa R$ 6 mil. Abastecido com cerca de 9,8 litros de gasolina, a fortaleza deverá ter uma autonomia máxima de 2 horas de voo. Mais de R$ 30 mil já foram investidos no modelo. Segundo Kaminski, o que encarece um aeromodelo são as partes eletrônicas. No mundo todo apenas três pessoas se propuseram a construir modelos nesta escala: um aeromodelista belga e outro suíço, além dele. A previsão de conclusão é de mais um mês e meio.

Kaminski trabalha neste modelo juntamente com o engenheiro Fabrício Cardoso, formado no ITA. Esta parceria começou por conta de um modelo T 33. O empresário construiu o avião em madeira e como ele ficou muito bem feito, pediram para que fosse feito o molde para se construir outros iguais, mas em fibra. Contudo, o peso da fibra foi maior que a força do motor, e ele não decolou. Então o engenheiro ficou com o modelo e com a sua autorização o desmontou por completo, tirou o excesso de peso e o fez voar. Hoje é representante da Autentic Scale no Brasil e já tem encomendados outros cinco modelos em escala para a fábrica. A fabricação é artesanal. "Para se construir um avião, é necessário conhecer toda a história dele", esclarece o engenheiro. Cardoso explica que, na verdade, aeromodelo é apenas o avião que não existe em escala real. O que ele e o Nelson constroem são aviões radio-controlados. Ele também construiu a carreta usada por Kaminski para transportar as aeronaves.

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