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Henrique Padilha Junior comprou uma Range Rover 2008. Ele diz que nunca compra carro zero quilômetro | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Henrique Padilha Junior comprou uma Range Rover 2008. Ele diz que nunca compra carro zero quilômetro| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

O desejo pelo carro importado, e por todos os benefícios que uma máquina desse porte pode proporcionar, leva muitos brasileiros a se render à tentação dos seminovos. O custo chega a ser semelhante ao de um nacional novo, mas com mais itens de conforto e segurança. E isso acontece por causa da depreciação que o veículo sofre quando sai da loja. Em dois anos, o porcentual chega a 25%, diz Fábio Almeida, gerente comercial da Euro Import, concessionária Land Rover e Volvo em Curitiba.

Segundo ele, dos clientes que fazem essa conta, pelo menos 70% optam pelo seminovo importado. Para o gerente, são carros que costumam estar em bom estado porque os proprietários têm o hábito de fazer as revisões regularmente. E para não errar, Almeida sugere que vale a pena comprar carros que tenham passado até um ano do prazo de garantia.

Cautela

Mas como em qualquer compra é preciso cautela. Um seminovo que apresente histórico de acidentes ou problemas de manutenção não é um bom negócio, ainda que a quilometragem seja baixa e a marca tenha tradição no mercado. É fundamental solicitar a avaliação de um profissional de confiança antes da aquisição. "É preciso garimpar. Não é tão fácil encontrar um ‘filé’ no mercado", avisa Mauro Brisola Vieira, proprietário da Multi Marcas, especializada em importados.

O empresário Henrique Padilha Junior, 46 anos, só compra importados seminovos, mas toma o cuidado de adquirir direto da concessionária. Ele acaba de comprar uma Range Rover 2008. "Se acontecer algo tem como cobrar", diz. Para o empresário, um automóvel de baixa quilometragem, em bom estado e de procedência confiável é vantajoso. "Não compro carro novo, porque quando sai da loja você já perde 20% do valor."

Outro ponto a se considerar na aquisição de um seminovo é a manutenção. O comprador não pode ignorar que o valor do check up de um importado seminovo será proporcional ao de um zero quilômetro. O custo de uma peça importada no mínimo dobra em relação à nacional e, em alguns casos, pode chegar a dez vezes mais, alerta Joarez Sofiste, da Sofiste Mecânica.

A maioria das peças pode ser encontrada facilmente no mercado. Almeida, da Euro Import, garante que o tempo de espera máximo de seus clientes, quando a peça não está disponível, é de 12 dias. "Algumas peças podem ser encontradas com o importador. Quando o dono do veículo depende apenas da concessionária e não encontra, é preciso importar", diz Sofiste.

O Artigo 32 do Código de Defesa do Consumidor as­­se­­gura a oferta de compo­­nentes e peças de reposição de produtos disponíveis no mercado brasileiro por fabricantes e importadores. Mas diante de alguma dificuldade, o motorista deve estar cien­­te de que o carro passará mais tempo que o previsto na oficina. Por isso, quem usa o veículo todos os dias precisa avaliar o risco antes da compra de um seminovo importado.

E os valores variam. Dis­­cos e pastilhas de freio de uma BMW 320, por exemplo, custam em média R$ 1 mil nas concessionárias. Nas oficinas independentes saem mais barato, em torno de R$ 500. Algumas peças, porém, estão disponíveis apenas nas concessionárias, e costumam pe­­sar mais no bolso. Um friso soleira de um Volvo V 50 vale em torno de R$ 2 mil. Já uma tampa de válvulas de motor de uma BMW 320 custa quase R$ 5 mil.

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