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A Multistrada vai bem no off-road leve, mas suspensões são muito rígidas para transpor obstáculos | Fotos: Doni Castilho/Agência infomoto
A Multistrada vai bem no off-road leve, mas suspensões são muito rígidas para transpor obstáculos| Foto: Fotos: Doni Castilho/Agência infomoto

Big-trail

Segmento está bem disputado

Lançada para abocanhar uma fatia do segmento big-trail, que não para de crescer em todo o mundo, a Multistrada 1200 chega para enfrentar "adversárias" consagradas com preço competitivo. A nova moto conta com uma versão mais equipada, a 1200 S Touring com suspensões eletrônicas, malas laterais, aquecedor de manoplas e cavalete central que fazem o valor atingir R$ 88.900. Sua principal concorrente, e líder no segmento, é a BMW R 1200 GS, vendida a partir de R$ 59.900, mas podendo chegar a R$ 91.200 na versão top de linha, chamada de Adventure Premium e com muita tecnologia, malas laterais e tudo a que você tem direito.

A Yamaha XT 1200Z Ténéré também desembarcou por aqui, acirrando ainda mais a disputa. Vendida a R$ 59.800, a Super Ténéré traz, por esse preço, freios ABS e controle de tração. Uma briga de moto grande, literalmente.

  • Painel tem grande tela de cristal líquido e display redondo
  • Motor de dois cilindros em V de 150 cv de potência
  • Protetores de mão trazem as setas integradas

Os belos traços do design italiano não deixam dúvidas. A Multistrada 1200 é uma Ducati diferente das outras. Com um conjunto óptico com dois fa­­róis pontiagudos, uma protuberante entrada de ar dupla, para-brisa, protetores de mão e porte imponente, a Multistrada deixa clara sua proposta aventureira. Não se trata apenas de uma evolução do modelo de 1100 cc, mas sim de uma verdadeira big-trail italiana.

Apresentada na Itália em 2009 como uma aposta ousada da Ducati para entrar no segmento, a moto desembarcou no Brasil no final do ano passado. Com muita tecnologia, baixo peso e um potente motor de dois cilindros em "L", neste no­­vo modelo a versatilidade vai além do nome. Recheada de tec­­nologia, a Multistrada 1200 não deve em nada a suas concorrentes. Suas inovações co­­meçam no momento de dar par­­tida: não é preciso girar a chave. Basta subir na moto com o módulo eletrônico no bol­­so da jaqueta e acionar o bo­­tão. Na verdade, trata-se de um sensor de presença, que traz embutida uma chave usada apenas para abrir o tanque de combustível e retirar o banco.

Uma grande tela de cristal líquido se acende e um pequeno display redondo ao lado, que funciona como computador de bordo, já traz outra no­­vidade (e talvez a mais interessante): os quatro modos de pi­­lotagem Sport, Touring, Urban e Enduro. Mais do que um ar­­gumento de vendas, os quatro modos realmente transformam a Multistrada em quatro motos diferentes reunidas em apenas uma.

A opção Sport (esportiva) libera todos os 150 cavalos de potência máxima do motor Testastretta II com dois cilindros em "V" a 90°, 1198,4 cm³ de capacidade e refrigeração líquida. Faz também com que as respostas ao acelerador se­­jam mais instantâneas. No mo­­do "Touring" (turismo), o piloto tem a disposição a mesma po­­tência, porém com uma resposta mais suave – escolha ideal e confortável para longas viagens.

Mas a grande surpresa vem mesmo ao se optar pelos modos "Urban" (urbano) e "Enduro" (fo­­ra-de-estrada). Nessas opções a potência é limitada a 65% e chega ao máximo de 100 cv. Ideal para rodar na cidade com tranquilidade ou enfrentar uma estrada de terra – afinal nessas situações é realmente difícil domar a potência do motor italiano.

Mas, além disso, os modos de pilotagem influenciam nos níveis de atuação do controle de tração, que é de série na Mul­­tistrada. Quando se opta por Sport ou Touring, o controle de tração atua quase que instantaneamente caso o piloto exagere no acelerador, evitando derrapagens em curvas ou pisos escorregadios. No modo Urban a atuação é ainda maior, garantindo segurança no uso urbano. Já no modo Enduro, o Ducati Traction Control (DTC) funciona de forma mais tardia, permitindo divertidas "escapadas" de traseira na terra, destacando sua versatilidade.

Aliás, para rodar na terra, é praticamente obrigatório acionar a opção Enduro. Caso contrário, o DTC atua a todo o mo­­mento, cortando a ignição e a alimentação por injeção eletrônica. A Multistrada 1200 está diponível ainda na versão "S" com suspensões eletronica­mente ajustáveis, em que os mo­­dos de pilotagem influenciam também no retorno e na compressão do sistema.

Freios ABS

Completa o pacote tecnológico um computador de bordo com cronômetro, consumo instantâneo e médio, autonomia, velocidade média e a possibilidade de se desligar completamente o controle de tração e os freios ABS (este item opcional). O conjunto ciclístico com rodas de liga-leve de 17 polegadas cal­­­­çadas com pneus de uso mis­­­­to faz da Multistrada uma motocicleta bastante versátil. Quando selecionado o modo "Sport", essa Ducati e seu mo­­tor que gosta de girar alto – os 150 cv chegam a 9.250 rpm – devora uma estrada sinuosa e asfaltada como uma verdadeira superesportiva. Porém, no modo Enduro, o motor fica mais manso, mas mesmo assim as suspensões se mostraram muito rígidas e com um retorno um pouco rápido demais para transpor obstáculos mais altos na terra ou ainda pular lom­­­­­­badas na cidade, já na opção Urban. Para fazer jus a sua proposta aventureira, a Ducati dotou a Mul­­tis­trada de um tanque com capacidade pa­­ra 20 litros – e com o consumo mé­­dio de 16,8 km/litro in­­di­cado pelo computador de bordo a autonomia su­­pera os 300 km. Outro item bastante útil para encarar longas viagens é o pa­­ra-brisa ajustável ma­­nualmente sem a ne­­cessidade de ferramentas.

Com preço sugerido a partir de R$ 62.900 – a versão testada com ABS sai por R$ 69.900 – o mo­­delo italiano é uma excelente opção para quem quer uma moto versátil, recheada de tecnologia e pronta para longas viagens.

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